Crise muda hábitos na telefonia móvel

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 20/03/2016 às 8:23
Foto: Reprodução/Wikimedia.
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Foto: WikimediaCommons. Foto: WikimediaCommons.

Em sua mais recente pesquisa sobre smartphones no Brasil, a consultoria IDC apontou que as vendas de aparelhos caíram 13,4% no ano passado. Em 2015, foram vendidos 7,5 milhões de celulares inteligentes a menos do que em 2014. O relatório ainda revela outro número desafiador: celulares comuns (não smart) sofreram uma queda de 74%. De olho nesses dados, a Samsung quer fisgar o usuário que deseja ter o primeiro smartphone, mas não pode pagar por um top de linha.

Para enfrentar o momento adverso, a gigante sul-coreana de tecnologia está apostando suas fichas na linha J, com modelos que possuem uma configuração robusta e preços que partem dos R$ 529. “Queremos atingir quem ainda está migrando para o smartphone, ou que quer trocar de aparelho, mas, por causa das condições econômicas, ainda não pode pegar as melhores versões”, explica o gerente de Produto da Divisão de Dispositivos Móveis da Samsung, Renato Citrini.

Recentemente, a empresa lançou três modelos da linha: os Galaxys J3, J1 e J1 Mini, que se unem aos já existentes Galaxy J7, J5 e J2. “Sempre montamos nosso portfólio de olho no mercado. Quem compra um smartphone no Brasil hoje, mesmo que seja seu primeiro, procura mais complexidade. Quer um aparelho que vai durar mais e onde ele possa baixar todos os aplicativos mais importantes, e é isso que queremos entregar com os Galaxy J”, afirma Citrini. Mesmo o modelo mais básico, o Galaxy J1 Duos, possui tela de 4 polegadas, processador Quad-core de 1.2 GHz e câmara de 5 MP.

De fato, a pesquisa do IDC também aponta para essa mudança no comportamento do usuário. O preço médio da categoria aumentou 17% na comparação com 2014, passando de R$ 750 para R$ 880, na mesma medida em que o ciclo de vida dos celulares, que era de um ano e meio, passou para cerca de dois anos. “Notamos que o consumidor está ficando mais tempo com um aparelho e preferindo, inclusive, fazer pequenos reparos. Isso acaba se refletindo na venda de aparelhos novos”, conta Leonardo Munin, analista de pesquisa da IDC Brasil.