#CPBr7: Buscador chinês Baidu prepara estreia no Brasil e diz que instalará servidores no País

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 31/01/2014 às 16:01

Empresa quer competir no mercado de buscas (Foto: AFP) Empresa quer competir no mercado de buscas (Foto: AFP)

SÃO PAULO - O serviço de buscas chinês Baidu planeja expandir para a América Latina e usa o Brasil como porta de entrada de seu crescimento fora da China. A empresa disse que irá instalar servidores em território brasileiro, como deseja a presidente Dilma Rousseff em sua sugestão de alteração no Marco Civil da Internet no Brasil.

LEIA MAIS

Internet das Coisas ganha destaque na Campus Party com hackathon

Firefox OS quer lutar contra monopólios na web

Ministro da Saúde anuncia aplicativo do SAMU durante a Campus Party

Aplicativo Viber anuncia escritório no Brasil

Ministério da Cultura anuncia edital para economia criativa

Pernambuco terá novo sistema de antenas sustentáveis para 4G

Campus Party tem batalha de robôs no melhor estilo UFC

Silvio Meira na Campus diz que inovação será essencial para o futuro

Bruce Dickinson dá show na Campus Party falando de aviões e inovação

Campuseiros peregrinos enfrentam calor, filas e gastam até R$ 1.500 para curtir a Campus Party

Segundo Felipe Zmoginski, gerente de marketing do Baidu no Brasil, já existem alguns poucos servidores sendo usados, mas a ideia é criar data centers em algum Estado brasileiro. "Quando a alteração do Marco Civil que obrigava empresas de internet a instalarem servidores no Brasil foi anunciada a maioria das gigantes foi contra, mas sempre nos colocamos a favor", disse Zmoginski ao NE10. "É também econômico para nós, pois teremos um tráfego otimizado".

Por enquanto o Baidu atua no Brasil com apenas três produtos, um anti-vírus, um acelerador de computador (PCFast) e um navegador. A ideia é lançar o serviço de buscas ainda este ano. "O Brasil tem um mercado muito concentrado no setor de buscadores, maior que a média mundial. A utilização do Google por aqui é superior a 90%. Queremos trazer mais competição", disse.

Baidu veio para a Campus Party em busca de um estagiário, que irá trabalhar na China (Foto: Willian Alves/Divulgação.) Baidu veio para a Campus Party em busca de um estagiário, que irá trabalhar na China (Foto: Willian Alves/Divulgação.)

O maior diferencial do buscador do Baidu é possuir uma ferramenta chamada "Alladin", que permite ao usuário "consumir" o resultado no topo da busca. Ao digitar, por exemplo, o nome de um jogo como "Angry Birds", no topo da página uma interface já entregaria uma partida do game. Para isso, a empresa está fechando parcerias com sites para oferecer esse conteúdo. Ainda não há data prevista para a estreia.

O Baidu acredita que o mercado de buscas deverá sofrer muitas mudanças nos próximos anos. Apesar da predominância do Google na América Latina, na Ásia e países com alfabeto cirílico (Rússia, Ucrânia), a gigante das buscas não tem muita popularidade. Na China, o Baidu domina, com a oferta de diversos produtos. A estratégia agora é tentar a sorte no Ocidente.

A empresa foi fundada em 2000 e hoje possui 600 milhões de usuários. Desde 2005 que iniciou sua internacionalização, com ações negociadas na bolsa de valores Nasdaq. A parceria comercial com o Brasil começou em 2012, quando foi aberto um escritório em São Paulo.

A empresa sofre com a desvantagem de ter que lidar com estereótipos envolvendo a China, um dos países com mais censura na internet no mundo. "Nossa política é de respeitar a legislação dos países em que atuamos. Mesmo quando um resultado é bloqueado pelo governo chinês, nós exibimos o resultado. A página é que não consegue ser exibida", explicou. "No Brasil não teremos problema desse tipo".

Estágio

A empresa esteve na Campus Party para selecionar um estagiário que será levado para a China, onde irá trabalhar como desenvolvedor. Tem mais detalhes no Facebook.