Teles precisam resolver 3G antes de vender ilusão do 4G, diz especialista

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 25/07/2013 às 12:40

3G ainda não está totalmente estabelecido no Brasil (Reprodução via WikiCommons) 3G ainda não está totalmente estabelecido no Brasil (Reprodução via WikiCommons)

Passada a Copa das Confederações, o 4G segue sendo foco de atenção das operadoras de telefonia no Brasil. Mas a conexão 3G ainda precisa de muito investimento e não foi totalmente consolidada entre a população. A aposta agora é que o 4G possa ser visto como uma forma de congestionar o 3G.

Analistas são céticos sobre a transição rápida para o 4G. "Não dá para vender a ilusão de que tudo vai funcionar até a Copa do Mundo”, afirma o sócio-diretor da Pezco Microanalysis, Cleveland Teixeira, citado pela Agência Estado. Segundo ele, a falsa impressão de que o serviço estará disponível pode desgastar ainda mais a relação entre os consumidores e as empresas de telefonia. “Talvez fosse melhor resolver o problema do 3G em vez de obrigar as empresas a investir no 4G”, avalia.

Aos números: em junho a banda larga móvel 3G chegou a 77,4 milhões de usuários, correspondentes a 29 1% da base de telefonia do País. Enquanto os acessos via 3G cresceram 43% nos últimos 12 meses, os realizados por meio da tecnologia GSM (2G) recuaram 7,5%, para 180,6 milhões. Ou seja, 15 milhões de acessos da segunda geração foram desconectados em um ano.

O problema é que o crescimento da demanda por dados com o uso crescente do 3G aumenta ainda mais os riscos de congestionamento. Para as teles, o problema é a burocracia e a falta de uma legislação específica para as antenas. "Tivemos um situação injusta: de um lado temos uma lei que nos impede de instalar novas antenas de celular, e, por outro lado, a Anatel nos cobrando por melhores serviços”, diz. Em um ano, as instalações de antenas subiram 40%, para cerca de 15 por dia. “Mas precisaríamos de 25 por dia, ainda mais pelo 4G", disse Eduardo Levy, diretor executivo do sindicato das operadoras de telecomunicação (Sinditelebrasil).