Febre em crianças: Pediatra responde a seis dúvidas mais frequentes dos pais

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 22/03/2017 às 15:22
Febre em crianças menores de 6 meses exige que os pais procurem orientação médica com emergência (Foto: Free Images)
Febre em crianças menores de 6 meses exige que os pais procurem orientação médica com emergência (Foto: Free Images) FOTO: Febre em crianças menores de 6 meses exige que os pais procurem orientação médica com emergência (Foto: Free Images)

A temperatura normal do nosso corpo se mantém em torno de 36,5°C. Quando atinge os 37,8ºC (ou mais), passamos para o estágio chamado febre - e esse é o principal indício de que algo não vai bem em nosso organismo. Nesse momento, o corpo entende que agentes externos vão ao ataque e, dessa maneira, contra-ataca se aquecendo como uma forma de não permitir que uma possível infecção se prolifere.

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Mas, em que momento a febre passa de um alerta para uma situação preocupante? A pediatra Denise Katz selecionou seis mitos e verdades sobre o assunto. Confira:

1. A febre é causada apenas por infecção?

Mito. Na maioria dos casos, a febre em crianças é causada pela presença de alguma infecção, podendo variar entre viral (como meningites e encefalites) ou bacteriana, como otite, amigdalite, sinusite, infecção urinária. Outras causas menos comuns de febre são as inflamações, doenças oncológicas como as leucemias e doenças autoimunes. Porém, em casos assim, a febre é prolongada e chega a durar semanas.

2. Febre deve sempre ser tratada?

Verdade. A febre merece ser tratada, pois ela induz a uma sensação de mal-estar, dor de cabeça e recusa alimentar. O ideal é combinar hidratação, descanso e medicamentos com efeito antitérmico para aliviar a sensação de mal-estar.

3. Espero para medicar a criança apenas depois de passar por atendimento médico?

Mito. Recomenda-se medicar a criança que se apresenta com febre, mesmo que ela ainda vá ser avaliada pelo médico, pois isso diminuirá o mal-estar causado pela alta temperatura e, principalmente, o risco de apresentar uma convulsão febril. Em bebês de 6 meses a 5 anos, é comum a ocorrência da convulsão febril, situação que acontece geralmente com a subida rápida da temperatura.

4. Banho frio trata a febre?

Mito. Banhos mornos e compressas frias fazem parte dos métodos físicos de normalização da temperatura. Apesar de serem muito úteis, nem sempre são suficientes no tratamento da criança com febre.

5. Os sintomas que acompanham a febre são mais alarmantes que a própria febre?

Verdade. A febre é o principal indício de que algo não vai bem. Quando a febre surge sem qualquer outro sintoma, a criança deve ser logo avaliada pelo pediatra. Quando há sintomas gripais, por exemplo, orientamos apenas medicamentos sintomáticos, que ajudam no controle dos sintomas. Já quando a febre dura mais do que 72 horas, torna-se imprescindível a avaliação de um médico e, por vezes, também a coleta de exames.

6. Febre em recém-nascidos é sempre uma emergência sempre?

Verdade. Recém-nascidos e lactentes menores de 6 meses exigem que os pais procurem orientação médica com emergência, pois ainda não receberam todas as doses das vacinas consideradas básicas da infância. É importante que os pais fiquem atentos também se os bebês apresentam recusa alimentar, sinais neurológicos como sonolência, olhar parado e convulsões e manchas na pele de aparecimento súbito. Ainda é importante relatar ao pediatra se a febre tiver duração de mais de três dias.