Secretaria Estadual de Saúde divulga nota informativa sobre febre amarela

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 31/01/2017 às 16:09
Até o momento, Pernambuco não notificou nenhum caso suspeito de febre amarela (Foto: Rodrigo Lôbo / Acervo JC Imagem)
Até o momento, Pernambuco não notificou nenhum caso suspeito de febre amarela (Foto: Rodrigo Lôbo / Acervo JC Imagem) FOTO: Até o momento, Pernambuco não notificou nenhum caso suspeito de febre amarela (Foto: Rodrigo Lôbo / Acervo JC Imagem)

Em virtude do surto de febre amarela que assola o País (já são mais de 500 o número de casos suspeitos), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) lançou duas notas informativas sobre a doença: uma destinada para os profissionais de saúde e outra para a população em geral. Até o momento, Pernambuco não notificou nenhum caso suspeito.

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Com o título 'Nota Informativa SES-PE: Febre Amarela Silvestre - Cenário Epidemiológico e Diretrizes de Prevenção, Detecção e Resposta a Casos Suspeitos), o informe traz diversas orientações sobre prevenção, vacinação e cenário epidemiológico da doença no Brasil e em Pernambuco. Confira as informações divulgadas:

1. Quais as características da febre amarela e quais são os sintomas da doença?

A Febre Amarela (FA) é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, causada por um arbovírus do gênero Flavivirus. A doença não tem registro de ocorrência de casos no Estado de Pernambuco, mas é endêmica na maior parte do Brasil. Além da febre de início súbito, os sintomas incluem calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas, vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20-50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.

2. É uma doença contagiosa?

Não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela. O período em que o vírus irá se manifestar no homem varia de 3 a 6 dias, após a picada do mosquito infectado, podendo se estender até 15 dias.

3. Como se prevenir contra a febre amarela?

A única forma de evitar a febre amarela é através da vacinação. A vacina está disponível gratuitamente durante todo o ano nas unidades de referência estabelecidas pelos municípios e regiões do estado. Todos os indivíduos com possibilidade de circulação ou estadia nas Áreas Com Recomendação Vacinal (ACRV) devem fazer vacinação, pelo menos 10 dias antes da viagem, sobretudo aqueles que pretendem realizar atividades em áreas rurais, ou silvestres, onde o vírus ocorre mais frequentemente.

4. Pernambuco registrou casos da doença nos últimos anos?

Pernambuco não tem registro de transmissão local de casos de febre amarela desde a década de 1930, época da campanha de erradicação da Febre Amarela Urbana, fato que ocorreu no Estado do Acre em 1942. A Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde do Estado de Pernambuco, em decorrência dos casos suspeitos de febre amarela, notificados pelo Ministério da Saúde, informa as seguintes diretrizes voltadas à população: Não há recomendação de vacina para FA nos residentes no Estado de Pernambuco que não vão se deslocar para as áreas definidas como de risco.

» A vacina é altamente eficaz e segura para o uso, a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença.

» A imunização contra a Febre Amarela, em situação de rotina, está recomendada para todos os indivíduos residentes ou em trânsito pelos municípios das Áreas Com Recomendação de Vacina (ACRV), listados neste link: https://goo.gl/61VZ6N.

2-orientacoes-para-vacina-febre-amarela

5. Como está a situação em outros estados brasileiros?

Nos últimos anos o Brasil vem registrando casos de Febre Amarela em diferentes localidades da região Norte, Centro-Oeste, Sudeste, Sul e, a partir de janeiro de 2017, vem sendo registrados casos suspeitos em alguns municípios de Minas Gerais (MG), Espírito Santo (ES), São Paulo (SP), Bahia (BA), Distrito Federal (DF), Goiás (GO) e Mato Grosso do Sul (MS) (Figura 2). Nos três primeiros, MG, ES e SP, existem casos confirmados.

6. Ao apresentar sintomas suspeitos, o que se deve fazer?

Todo indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias), de início súbito, acompanhado de icterícia (presença de uma cor amarelada na pele, nas membranas mucosas ou nos olhos) e/ou manifestações hemorrágicas(sangramento), residente ou precedente de área de risco para febre amarela nos últimos 15 dias, não vacinado contra febre amarela ou com estado vacinal ignorado deve imediatamente procurar o serviço de saúde mais próximo. O doente suspeito deve-se manter-se isolado para evitar ser picado pelo mosquito Aedes aegypti, principalmente na fase febril (previne risco da introdução da febre amarela no Estado); utilizar mosquiteiros e repelentes.

7. Além da vacinação, quais cuidados devemos ter durante viagens às áreas de risco?

Durante viagens às áreas de risco também deve-se evitar contato com animais doentes, principalmente macacos, bem como retirá-los do seu ambiente natural (mata) e/ou mantê-los em ambiente doméstico. O animal não é um transmissor da doença, ele sinaliza uma possível circulação do vírus no ambiente silvestre, possibilitando as medidas de proteção à população humana. O trânsito legal ou ilegal de animais doentes entre as áreas com e sem transmissão de FA aumenta o risco de introdução da doença em áreas indenes. Reforça-se a necessidade do combate ao tráfico ilegal de animais silvestres.

8. Como entrar em contato com a Secretaria Estadual de Saúde em casos de dúvidas?

Para maiores esclarecimentos ou informações a população pode enviar sua dúvida ou solicitação para a Ouvidoria da SES-PE por meio dos seguintes contatos:

» Central de atendimento: 0800.286.2828: A ligação é gratuita, podendo ser feita por telefone fixo, celular ou orelhão;

» Atendimento presencial: Para o atendimento presencial, o usuário pode se dirigir a Ouvidoria Central, localizada na sede da Secretaria Estadual, no bairro do Bongi (Rua Dona Maria Augusta Nogueira, 519) ou no bairro da Boa Vista (Praça Oswaldo Cruz, S/N). Atendimento de segunda a sábado, das 8h às 18h;

» Carta: As cartas devem ser enviadas aos endereços acima;

» E-mail: [email protected];

» Internet: https://ouvprod01.saude.gov.br/ouvidor/CadastroDemandaPortal.do

» Outras informações também podem ser obtidas por meio do link: https://goo.gl/ExAKv0.