Linfomas: Novas opções de tratamento controlam a evolução da doença

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 15/09/2016 às 12:20 | Atualizado em 12/04/2023 às 9:36
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Entre as inovações terapêuticas para pacientes com Linfoma não-Hodgkin, está o uso de terapias-alvo, incluindo drogas orais (Foto: Free Images) Entre as inovações terapêuticas, está o uso de terapias-alvo, incluindo drogas orais (Foto: Free Images)

O Dia Mundial de Conscientização sobre os Linfomas, lembrado nesta quinta-feira (!5) em mais de 25 países, alerta para a importância da atenção aos sintomas e ao tratamento desse tipo de câncer no sangue. Apesar de não existirem formas de prevenção e, em muitos casos, não ter cura, as pessoas que convivem com linfoma contam com opções de tratamento capazes de controlar a evolução da doença e oferecer mais qualidade de vida e bem-estar aos pacientes.

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Entre as inovações terapêuticas mais recentes, está o uso de terapias-alvo, incluindo drogas orais. Em 2015, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a comercialização no Brasil do ibrutinibe - uma terapia-alvo de administração oral, uma vez ao dia, que pode ser usada no tratamento da leucemia linfocítica crônica (LLC), do linfoma linfocítico de pequenas células (LLPC) e do linfoma de células do manto (LCM) para pacientes que tiveram recaídas ou não responderam a tratamentos anteriores. O medicamento atua como inibidor da tirosina quinase de Bruton (BTK), uma proteína diretamente ligada à proliferação e sobrevivência das células envolvidas pela doença.

Em estudos clínicos recentes, o uso do medicamento prolongou sobrevida de pacientes e reduziu risco de progressão ou morte em 90% para pacientes de LLC e em 57% para pacientes de LCM.

Saiba mais

O linfoma se caracteriza pela proliferação de células malignas, na maioria dos casos, nos linfonodos (gânglios), envolvidos no combate às infecções e no nosso sistema imunológico. Alguns dos mais comuns são os Linfomas não-Hodgkin, que incluem cerca de 20 doenças diferentes. Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), a previsão é que o Brasil tenha, neste ano, mais de 10 mil novos pacientes. O número de mortes relacionadas a esse tipo de linfoma foi de mais de 4 mil em 2013 - última vez em que o dado foi analisado.

Segundo o professor de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSC-SP), Carlos Chiattone, apesar de atingir todas as idades, o linfoma é mais comum entre pessoas com mais de 60 anos. "Há novas opções de tratamento disponíveis no Brasil que trazem menos efeitos colaterais e melhoram o prognóstico do paciente com linfoma não Hodgkin, principalmente em pacientes mais velhos e com a saúde mais debilitada”, diz Carlos Chiattone.