Anvisa aprova tratamento oral para pacientes com leucemia linfoide crônica

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 30/07/2015 às 8:00
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Pesquisa revela que 61% dos entrevistados optariam por medicação oral caso tivessem leucemia e pudessem escolher o tratamento (Foto: Free Images) Pesquisa revela que 61% dos entrevistados optariam por medicação oral caso tivessem leucemia e pudessem escolher o tratamento (Foto: Free Images)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o ibrutinibe (Imbruvica, nome comercial) para o tratamento de pacientes com leucemia linfoide crônica/linfoma linfocítico de pequenas células (LLC/LLPC), que não responderam ao tratamento inicial ou que apresentaram recaídas. O ibrutinibe é um antineoplásico oral, de dose única diária, que atua como inibidor da tirosina quinase de Bruton (BTK), uma proteína diretamente ligada à proliferação e sobrevivência das células responsáveis pela leucemia linfoide crônica.

O ibrutinibe como agente único (monoterapia) proporcionou um ganho significativo na sobrevida livre de progressão e sobrevida global em pacientes com leucemia linfoide crônica que não alcançaram resultados com o primeiro tratamento ou nos quais a doença recaiu.

A leucemia linfoide crônica é um câncer do sangue, de crescimento lento, que atinge as células brancas do sangue (linfócitos), com maior prevalência em pacientes com uma média de idade de 72 anos no diagnóstico. A doença geralmente progride, e os pacientes têm poucas opções de tratamento, recebendo muitas vezes a prescrição de várias linhas de terapia, à medida que sofrem recaídas ou se tornam resistentes aos tratamentos.

"O tratamento da leucemia linfoide crônica é desafiador, e muitos médicos precisam submeter seus pacientes a diferentes tipos de tratamentos à medida que a doença recai. Há uma necessidade significativa de novas alternativas para os pacientes com LLC/LLPC. Assim, a aprovação de ibrutinibe significa um grande passo para termos à disposição um tratamento oral que propicia uma redução significativa no risco de progressão da doença ou morte dos pacientes”, diz o diretor médico da Janssen Brasil, Luis Henrique Boechat.

Levantamento

Pesquisa idealizada pela Janssen e realizada pelo Ibope Inteligência, em março deste ano, com mais de 2 mil brasileiros, reforça a importância da aprovação de um medicamento como ibrutinibe no Brasil. O levantamento apontou que 72% dos entrevistados concordam que a quimioterapia convencional, por infusão intravenosa, é agressiva e afeta a qualidade de vida do paciente, e 61% expressaram preferência por medicação oral, caso tivessem leucemia e pudessem escolher o tratamento.

Em outros países

Ibrutinibe já está aprovado em 49 países, incluindo os 28 países que compõem a União Europeia, América Latina (México e Uruguai), Canadá e Estados Unidos.