Colírio anti-inflamatório pode tratar queimadura no olho, aponta estudo

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 03/04/2016 às 17:00
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Imagem de homem colocando colírio no olho (Foto: Divulgação) Colírios testados em estudo aceleraram a recuperação da córnea e melhoraram a cicatrização, além de facilitarem o controle de inflamações (Foto: Divulgação)

Da Agência USP de notícias

Em pessoas com síndrome do olho seco, queimaduras provocadas por substâncias alcalinas (alcalis) pioram a situação da parte transparente do olho, a córnea, pois há maior risco de inflamação e a cicatrização, além de ser mais demorada, causa opacidade na visão. Para evitar maiores danos ao olho, uma pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) testou a utilização de dois colírios anti-inflamatórios, dexametasona e doxiciclina, em experiências com camundongos. Os colírios aceleraram a recuperação da córnea e melhoraram a cicatrização, além de facilitarem o controle de inflamações.

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O olho seco é uma doença que atinge preferencialmente mulheres e sua incidência aumenta a partir dos 40 anos de idade. “Nem todas as pessoas com olho seco terão a mesma doença; uns terão doença leve enquanto outros podem ter olho seco incapacitante por causa de visão borrada. Estes casos mais graves tendem a acontecer com pacientes que tem Doença de Sjogren”, explica a médica Cintia de Paiva, que realizou a pesquisa. “Os sintomas muitas vezes não são específicos. A apresentação clínica varia, mas de maneira geral os pacientes se queixam de sensação de areia nos olhos, ardido, queimação e visão borrada”.

Queimaduras alcalinas ocorrem quando um alcali (substâncias como soda cáustica, cimento, produtos de limpeza) caem no olho e causam uma queimadura na sua superficie do olho. “Ela pode atingir tanto a córnea, que é a parte transparente do olho, similar a um vidro de relógio) ou a conjuntiva, a mucosa que cobre a esclera, normalmente conhecida como ‘branco do olho’”, explica Cintia. As queimaduras da córnea podem acontecer em procedimentos cosméticos tipo “peeling” onde acidentalmente o olho é atingido, acidentes industriais com explosões ou mesmo em guerras, durante ataques com armas químicas. “Quando pequenas, a recuperação das queimaduras” é normalmente rápida, no entanto, quanto maiores podem causar opacificação da córnea e perda da visão.

A pesquisa verificou que a combinação da síndrome do olho seco com queimaduras alcalinas piora muito o prognóstico da córnea. “Ela porque atrasa a cicatrização, aumenta os marcadores de inflamação e causa uma cicatrização com sequela, ou seja, opacidade”, destaca a médica. “Isto tudo foi acompanhado por um aumento grande de neutrófilos, que são as primeiras células a migrar quando existe uma ferida”.

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