Enem: Como os jovens devem lidar com estresse e ansiedade às vésperas das provas

Cinthya Leite
Cinthya Leite
Publicado em 19/09/2015 às 16:04
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É preciso apreciar o estresse com moderação para não fazer dele um instrumento que atrapalhe os estudos (Foto: Free Images) É preciso apreciar o estresse com moderação para não fazer dele um instrumento que atrapalhe os estudos (Foto: Free Images)

Nervosismo, medo que aconteça o pior, mãos suando e incapacidade de relaxar são sintomas relatados por adolescentes que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A 35 dias das provas, é praticamente impossível os estudantes não passarem por essas sensações típicas de quem tenta uma vaga em cursos superiores das universidades brasileiras. Não bastasse a concorrência, os feras ainda precisam administrar a cobrança de amigos e familiares. “O jovem, em ano de vestibular, já está ansioso por si só, o que pode ser prejudicial no momento da prova”, explica a psicóloga Bruna Vaz, do espaço CPPL, no Recife.

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Em nível moderado, o estresse pode até ser positivo porque motiva o aluno a se dedicar mais aos estudos. "O Enem leva a um situação causadora de estresse que pode ser positiva para alguns estudantes, porque os leva a estudar e alcançar um bom desempenho. A questão é não exagerar na dose do estresse, a fim de que os efeitos benéficos não sejam revertidos em ansiedade exacerbada, que mais atrapalha do que ajuda”, explica o psiquiatra Amaury Cantilino, professor do Departamento de Neuropsiquiatria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Níveis altos de ansiedade podem prejudicar o rendimento, a concentração e a memorização, além de levar, em alguns casos, ao desenvolvimento de quadros de pânico, depressão ou estresse.

Segundo Bruna Vaz, o aumento da ansiedade e da insegurança são questões que devem ser acompanhadas de perto pelos pais. "O exagero do estudo, a falta de sono e o aparecimento de agressividade também devem ser levados em consideração, pois não devemos esquecer que estamos falando de adolescentes que estão tendo que lidar pela primeira vez com a questão da escolha e a programação de um futuro. Isso traz muita angústia”, frisa a psicóloga. Ela acrescenta que os pais e demais parentes precisam estar ao lado do jovem, a fim de depositar confiança nele sem exercer cobranças.

Cada estudante pode encontrar uma forma particular para lidar com a ansiedade e o nervosismo. Isso pode ser feito, por exemplo, através de atividades leves e prazerosas, como as práticas esportivas, a meditação ou a leitura. Outra iniciativa que conta pontos é manter uma alimentação saudável e equilibrada, bem como descansar adequadamente.

Além disso, ter um acompanhamento psicológico desde os primeiros meses que antecedem o exame pode ajudar muito os alunos a aprenderem a lidar com a situação. O psicólogo também pode ser procurado nos casos em que as angústias estejam sendo um empecilho.