Festival de erros aumenta pressão sobre dirigentes do Santa Cruz
Dava para imaginar a agitação nos bastidores do Arruda após a derrota do Santa Cruz para o Sete de Setembro, por 2x0, no último sábado. O que vamos fazer? Quem vamos dispensar? Quem vamos contratar? O primeiro que dançou foi o preparador físico Jaílton Cintra. Era esperado. Afinal, o técnico Gallo deu várias declarações, apontando a preparação física como a causadora do mal futebol do clube. O que ninguém esperava era que o próprio Gallo pedisse demissão.
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E a forma como ele escolheu foi algo impressionante. Num vídeo gravado pela assessoria do clube, e compartilhado pela mesma nas redes sociais do clube, Gallo disse em alto e bom som:
"Eu acho que o Santa Cruz parou um pouquinho dentro dessa situação de estrutura e eu acredito que, apesar de todo o investimento do mundo, vai demorar uns seis meses para o clube trazer uma condição mínima de trabalho para os profissionais que aqui estão. Tenho certeza absoluta que isso não é culpa dessa diretoria que ai está, eles estão trabalhando muito", completou.
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Expôs o clube e se mandou. Depois de três jogos, duas derrotas, um empate, festival de erros na escalação e mudanças no time e um futebol pobre, pobre, pobre. Sinceramente, o episódio é um dos mais vergonhosos da história do clube. E também na carreira de Alexandre Gallo, que faz tempo que não emplaca um bom trabalho. Fico imaginando o que levou a aceitar a proposta coral? Ou não sabia a situação no clube? Hoje em dia é tão fácil saber informações... As escolhas feitas durante os jogos em que esteve no comando pareciam de treinador que não estava focado, com tesão de estar ali. Lamentável.
E lá vai o Santa Cruz, após uma eleição traumática, atrasada, cheia de brigas desnecessárias, buscar o seu terceiro treinador. E olhe que estamos em abril, a atual gestão está no comando do clube há apenas dois meses. O festival de erros tá sendo absurdo. Começando pela contratação de João Brigatti, que mostrou ser um técnico de pouca cancha para a pressão que é comandar um clube de massa como o Santa Cruz. E pela demissão do mesmo, que foi mandado embora depois da chegada de alguns reforços. A forma como Didira e Paulinho foram demitidos foi algo também desgastante. "Não rendeu, vai embora". E agora, já que ninguém tá rendendo, vão mandar todos embora também?
Futebol é emoção. Mas também é razão. Quem assume a responsabilidade de dirigir um clube como o Santa Cruz precisa saber dosar essa química. Ter articulação, vivência com o bastidor do futebol, carro chefe de uma agremiação que traz no seu nome de fundação a modalidade esportiva que arrasta multidão. Posso concordar com Gallo que o Tricolor parou no tempo. Mas não seria ele a pessoa indicada a falar isso, especialmente pela forma como se mandou. O Santa Cruz vai precisar de mudanças e, agora, sem direito a erro. Qualificar o elenco, urgentemente. Mas, antes, trazer um comandante que conheça o mercado e, acima de tudo, tenha comprometimento.
O tempo urge. E o Tricolor precisa acordar!