NAÚTICO

Com Hereda e Rhaldney valorizados, Náutico fortalece o trabalho de formador de atletas

Náutico tem se consolidado também nos últimos três anos como um clube formador de atletas

Imagem do autor
Cadastrado por

LOURENÇO GADÊLHA

Publicado em 14/02/2021 às 12:03 | Atualizado em 25/03/2022 às 19:33
X

Conhecido por ser uma grande vitrine no futebol brasileiro devido a visibilidade proporcionada a vários jogadores, o  Náutico tem se consolidado também nos últimos três anos como um clube formador de atletas.

Nomes como Robinho, Luiz Henrique, Bruno e Thiago Fernandes trouxeram retorno técnico e financeiro para o alvirrubro, já que juntos, geraram mais de R$ 9 milhões aos cofres do Timbu.

Isso mostra que o olhar mais cuidadoso para as categorias de base tem se tornado uma prioridade no planejamento do Náutico. Agora, as atenções estão voltadas para o lateral-direito Hereda e o volante Rhaldney, destaques na temporada 2020. 

Ambos foram formados na base do Náutico, mas o caminho até o time titular foi traçado de forma diferente. Isso porque Hereda é o dono da lateral-direita desde 2019.

Na época, começou o ano como titular, mas logo perdeu a vaga para André Krobel. Pouco tempo depois, retomou o posto devido a irregularidade do companheiro de posição.

Com isso, tornou-se peça chave no time do Náutico que foi campeão da Série C do Campeonato Brasileiro. Sua regularidade atrelada a dobradinha com Thiago Fernandes pelo lado direito rendeu vários gols e alegrias para o torcedor alvirrubro. 

Apesar do bom desempenho em 2019, a temporada 2020 foi de altos e baixos. No início do ano, teve uma lesão que o afastou de alguns jogos, quando viu o recém-contratado Bryan assumir a titularidade.

Depois, o ala se machucou e Hereda voltou a ser utilizado, por onde se manteve na maior parte da temporada. O problema é que o nível das atuações caíram no primeiro turno da Série B.

Porém, com a chegada do técnico Hélio dos Anjos, o desempenho do atleta cresceu e ele terminou a Segundona em alta. Ao todo, são 85 jogos com a camisa do Náutico e três gols marcados.  

Já Rhaldney foi utilizado em apenas três jogos em 2019. Sua ascensão ao time titular aconteceu, de fato, na temporada passada. Apesar das críticas no início, o volante foi se consolidando pela disposição física e regularidade no meio-campo do Timbu, onde se tornou um dos pilares do time.

Foi titular com Gilmar Dal Pozzo, Gilson Kleina e Hélio dos Anjos, mostrando, então, sua importância para o clube. Marcou também um belo gol de fora da área na vitória contra o Botafogo-SP por 3 a 1, no primeiro turno da Segundona. Rhaldney soma 48 jogos com a camisa do Náutico. 

Os dois atletas, inclusive, se destacaram em um item nessa Série B. De acordo com o site Footstats, ambos ficaram entre os dez maiores ladrões de bola na competição.

Nas 32 partidas que esteve em campo, Rhaldney teve 73 desarmes bem sucedidos, com uma média de 2,3 por jogo, índice que o colocou em quarto lugar na lista. Já Hereda atuou em 33 jogos na Segundona e roubou 62 bolas de forma eficaz, alcançando um índice de 1,9 desarmes por confronto.

Vale destacar que nenhum dos dois estão para serem vendidos, mas o desempenho apresentado na última Série B, os colocaram em evidência. Por isso, são a bola da vez para uma possível negociação, ainda mais em um ano onde o Timbu não jogará a Copa do Brasil e Copa do Nordeste e, consequentemente, não terá as cotas financeiras de participação.

BASE EM EVIDÊNCIA

Para a temporada 2021, alguns atletas da base, que, inclusive, já estavam treinando com o profissional desde o final do ano passado, devem ganhar mais minutagem no time de cima, especialmente o meia Juninho Carpina, tido como uma joia nos bastidores do Náutico.

Na temporada de 2020, o time sub-20 do Timbu conquistou pela primeira vez a Copa do Nordeste na categoria, além do Campeonato Pernambucano. No torneio regional, Carpina foi eleito o melhor jogador da competição e artilheiro do estadual com seis gols. Nessa safra ainda tem outros atletas pedindo espaço além de Carpina, como o lateral Thássio, o meia Luís Felipe, o volante Miro e os atacantes Edgo e Júlio.

Outro que faz parte dessa geração, mas já está integrado ao profissional é o zagueiro Carlão. Nesta temporada, ele deve ser ainda mais utilizado pelo técnico Hélio dos Anjos.

Recém-chegado ao clube alvirrubro, o novo executivo de futebol, Ari Barros, reforçou na sua apresentação a importância de utilizar os atletas  da base para valoriza-los.

“Com relação aos ativos do clube, não é só o Náutico que precisa fazer com que os ativos do clube sejam negociados. Todos os clubes a nível nacional e mundial precisam colocar os seus ativos para estarem jogando, para ganhar minutagem, para ganhar uma maturidade que faça com que ele desperte o interesse de grande clubes do futebol nacional e de clubes do mundo todo para que venha a ser negociado”, afirmou.

HISTÓRICO DE VENDAS NOS ÚLTIMOS ANOS

Quando assumiu o Náutico em 2018, a gestão do presidente Edno Melo se viu obrigada a recorrer aos atletas oriundos da base devido às dificuldades financeiras depois do rebaixamento para a Série C.

Naquela temporada, o goleiro Bruno, o volante Luiz Henrique e o atacante Robinho se destacaram no time titular com boas atuações, mas o Timbu conseguiu segurar os atletas para o ano seguinte. Em 2019, no entanto, os três foram negociados.  

Primeiro, o Náutico vendeu Robinho por R$ 1 milhão ao RB Bragantino. Depois, foi a vez de Luiz Henrique, que foi cedido ao Moreirense/POR pelo mesmo valor. O goleiro Bruno foi emprestado ao Gil Vicente, que depois o repassou ao Vilafranquense, ambos de Portugal.

Nas duas ocasiões, o empréstimo foi realizado com a opção de compra e o valor fixado. Caso não seja adquirido, Bruno retorna ao Timbu em julho, no fim da temporada 2020-2021 do calendário europeu.

Após o acesso à Segundona e o título da Série C, ainda em 2019, Thiago, destaque da equipe na competição, pegou as malas rumo ao Flamengo em uma transação que girou em torno de R$ 7 milhões por 70% dos direitos econômicos do jogador.

Já em 2020, o Náutico não realizou nenhuma grande venda. No entanto, valorizou atletas que saíram emprestados e podem render um retorno financeiro ao clube.

É o caso do volante Wagninho, que iniciou o ano como a aposta do clube para ser negociado, mas não se firmou no time titular e não conseguiu emplacar uma sequência. Ainda assim, partiu rumo ao Fluminense em outubro para jogar o Campeonato Brasileiro de Aspirantes pelo sub-23 da equipe.

Outro que seguiu para o Tricolor das Laranjeiras foi o zagueiro Rafael Ribeiro após o fim da Série B. Se agradarem, ambos podem ficar em definitivo no clube carioca.

VEJA MAIS CONTEÚDO

Tags

Autor