Eu já vi muitas eleições confusas no Sport. É dirigente criticando o outro, fazendo acusações em que a vida pessoal foi exposta desnecessariamente, bate-boca na rádio, discórdia até umas horas. Candidato desistindo da disputa às vésperas da eleição. Enfim, teve de tudo um pouco. Mas a que estava prevista para acontecer no final do ano passado é, sem dúvida alguma, a mais absurda de todas.
O rubro-negro, que sempre gostou de levar vantagem entre os rivais, pode até acionar o Guinness Book, e pedir o título de "O Torcedor mais desrespeitado do Brasil". Quiçá do Mundo. Sim, porque o que está acontecendo no clube é, no mínimo, uma vergonha. A não realização do processo eleitoral sem um motivo plausível foi, sinceramente, uma das coisas mais sem noção que eu já vi no futebol pernambucano. E o pior, o ano virou, estamos em 2021, e nem sinal da realização. É ou não é uma bizarrice?
Não me venham com a conversinha de que a pandemia foi um entrave para a realização porque não é assim que a cúpula rubro-negra pensa. Afinal, quando o Mundo inteiro se fechou por causa do vírus, o então presidente do clube, Milton Bivar, declarou que queria a volta dos jogos com torcida. E havia no clube quem apoiava tal ideia. Então, porque não realizar a eleição agora se há formas de garantir segurança para todos, inclusive de forma virtual? Aliás, muitos clubes do Brasil realizaram o processo eleitoral durante a disputa do Campeonato Brasileiro.
Eis o X da questão: o Campeonato Brasileiro. Vou dar uma real aqui: o Sport está num cai mas não cai na Série A. E essa dúvida afeta quem comanda o clube. Hoje, a situação não tem candidato. Mas tudo vai depender da permanência do Leão na elite do futebol brasileiro. Aposto um café expresso que se o Sport se segurar, a situação aparece com um candidato. Uma chapa completa. Mas se cair... xiiii! Sei de nada mais!!
Aí, estão empurrando o quanto podem o processo eleitoral. Só isso justifica para não publicarem um edital de convocação da eleição, nem lista de sócios aptos para voto e nem como vai ser o processo. Tá um silêncio de doer pelas bandas da Ilha do Retiro. Enquanto isso, só os candidatos de oposição Nelo Campos e, mais ainda, Eduardo Carvalho, fazem barulho, reclamam e cobram uma posição da diretoria. Já os demais, parecem aceitar o que está acontecendo. Ou melhor, não está acontecendo.