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Maradona, a estrela do futebol que dribla a vida

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Publicado em 29/10/2020 às 8:27
Foto: Divulgação/Dynamo Brest
Foto: Divulgação/Dynamo Brest

POR AFP - Diego Maradona, um garoto de um bairro pobre de Buenos Aires que se tornou um lendário jogador de futebol. Aos 60 anos, que completa na sexta-feira, este contraditório e arbitrário, desafiador e engenhoso, machista, amigo leal e inimigo temível, afundou e renasceu mil vezes para transcender o universo da bola. Nascido em 30 de outubro de 1960, viveu a infância em Villa Fiorito, um bairro muito pobre da periferia da capital argentina onde começou a se destacar por sua habilidade com a bola nos pés.

Quase duas décadas depois, consolidou-se como uma estrela universal do futebol, quando como capitão da seleção argentina levantou a Copa do Mundo do México em 1986. Foi lá que marcou seus gols mais famosos: o polêmico a 'mão de Deus' e o mais bonito da história das Copas do Mundo, ambos contra a Inglaterra nas quartas de final (2-1).  Na Argentina, Maradona despertou devoção e paixões a ponto de alguns fãs terem criado a 'Igreja Maradoniana', cujos fiéis o consideram seu deus.

"Gostaria de ver Diego para sempre, driblando  por toda a eternidade", cantou a banda de rock Ratones Paranoicos, em uma das dezenas de canções feitas em homenagem ao camisa 10. Pela seleção argentina, ele chorou de raiva ao receber a medalha de vice-campeão na Copa do Mundo da Itália-1990.

Jogou outros dois mundiais: Espanha-1982 e Estados Unidos-1994, quando pronunciou sua frase "cortaram minhas pernas", depois de testar positivo no controle antidoping para a efedrina, em meio a um momento de renascimento no futebol. Por conta disso, recebeu uma suspensão de 15 meses, a segunda de sua vida.

Mais tarde, como treinador, tentou repassar seus conhecimentos à 'Albiceleste'. Ele comandou a seleção nacional entre 2008 e 2010, até a Copa do Mundo na África do Sul, com Lionel Messi em campo, mas seu destino foi selado com uma dura derrota por 4 a 0 para a Alemanha nas quartas de final.

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"O que fiz em campo não se apaga"

Maradona disputou 676 partidas e marcou 345 gols em 21 anos de carreira, entre a seleção e clubes. Ele deu os primeiros passos nas divisões de base do Argentinos Juniors, clube pelo qual estreou na Primeira Divisão aos 15 anos, em 20 de outubro de 1976. Seguiu para o Boca Juniors (1981-1982), onde conquistou um campeonato nacional. Transferido para o Barcelona (1982-1984), ele foi contratado em seguida pelo italiano Napoli (1984-1991), onde virou ídolo.

Mas em 17 de março de 1991, seu vício em cocaína custou-lhe a primeira suspensão de 15 meses. Voltou aos gramados atuando pelo espanhol Sevilha (1992-1993) e de lá retornou à Argentina para uma breve passagem pelo Newell's Old Boys em 1993. Depois da Copa do Mundo de 1994 e da segunda sanção, vestiu mais uma vez a camisa do Boca, onde deixou os gramados em 25 de outubro de 1997, cinco dias antes de seu 37º aniversário.

Numa despedida memorável em 2001, dentro do estádio La Bombonera lotado, Maradona falou sobre  seus vícios: "Errei e paguei, mas o que fiz em campo não se apagou". Maradona foi mais do que aquele jogador "com a luva branca no pé, do lado do coração", como descreveu o roqueiro Andrés Calamaro. Indomável, ele enfrentou o poder do futebol mundial, desafiou o establishment, abraçou líderes da esquerda latino-americana, fez amizade com Fidel Castro, tatuou Che Guevara e é o ídolo de figuras lendárias do esporte universal.

Como uma Fênix

"Era impossível para esse menino (Diego) terminar bem. Aos 18 não conseguia andar na África. Um avião parou porque estava cheio de gente na pista, quando não havia internet, celular, nada. Supera qualquer barreira humana, o normal. E acho que paga as consequências de tudo isso", lembrou este ano o ex-jogador Hugo Perotti, companheiro de Maradona nas categorias de base e com quem foi campeão nacional pelo Boca em 1981.

Em 2000, o argentino sofreu um ataque cardíaco devido a uma overdose no resort uruguaio de Punta del Este. Um longo tratamento aconteceu, com idas e vindas a Havana, longe das câmeras. Pesando 100 quilos, outra crise cardíaca e respiratória o surpreendeu em 2004 em Buenos Aires e o deixou à beira da morte.

Recuperado, ele fez uma cirurgia bariátrica e perdeu 50 quilos, para retornar um ano depois como um apresentador de televisão de sucesso. Em 2007, os excessos no consumo de álcool o levaram a uma nova hospitalização, agora por hepatite. Foi internado em um hospital psiquiátrico. Saiu novamente.

Para os gramados, voltou como treinador, função que já havia tentado, sem sucesso, no Mandiyú (1994) e Racing (1995). Depois de liderar a seleção nacional, ele comandou o Al Wasl (2011-2012) dos Emirados Árabes, depois o Al Fujairah (2017-2018) e seguiu para o México, onde esteve à frente do Los Dorados de Sinaloa (2018). Operado dos joelhos e com uma bengala, assumiu em 2019 em seu país o comando de um abatido Gimnasia y Esgrima La Plata.

Os filhos, outra montanha russa

Com a segurança que garantiram por terem sido suas "únicas filhas" por 25 anos, Dalma e Giannina foram o fio condutor de Maradona, mas também suas mais duras críticas. Nascidas em 1987 e 1988, sua mãe, Claudia Villafañe, era namorada de adolescência do ex-jogador. Após 24 anos eles se divorciaram e em 2020 travam um duro litígio. O último filho a chegar foi Diego Fernando, que teve em 2013 com a ex-namorada Verónica Ojeda.

Mas Maradona adicionou descendentes nos últimos anos. Em 2014, reconheceu Jana, nascida em 1996 e filha de Valeria Sabalain, e em 2016, após 29 anos de rejeição de vínculo, reconheceu como filho Diego Junior, nascido sete meses antes de Dalma e filho da italiana Cristina Sinagra.  Em 2019, seu advogado Matías Morla afirmou que o ex-jogador tem mais três filhos em Cuba, ainda não reconhecidos. “Faltam três para completar o time de 11, você consegue”, escreveu a filha Giannina no Instagram.

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