O ano de 2020 têm sido atípico em todos os sentidos devido a pandemia do novo coronavírus. No futebol não foi diferente: competições foram paralisadas por meses e protocolos de segurança e higiene tiveram que ser adotados para o retorno dos jogos. Porém, uma coisa específica não mudou. E parece que não vai mudar nunca. A tradicional dança das cadeiras entre os técnicos do Campeonato Brasileiro segue a mesma de anos anteriores. Com apenas cinco rodadas na Série A do Brasileiro, três clubes já realizaram troca no comando técnico.
As primeiras quedas aconteceram no Coritiba e no Goiás. O técnico Eduardo Barroca foi demitido após a derrota por 3 a 1 para o Corinthians na última quarta-feira, ainda na 4ª rodada. O treinador não resistiu ao início com quatro derrotas em quatro jogos. Barroca deixou o Coritiba após 11 vitórias, três empates e oito derrotas, com 54% de aproveitamento. Para seu lugar, o Coxa Branca acertou com Jorginho para sequência da temporada.
Mesmo com um jogo a menos e um início turbulento, com vários jogadores contaminados pela covid-19, Ney Franco não resistiu aos maus resultados e foi demitido do Goiás após a derrota em casa para o Fortaleza por 3 a 1 na última quarta-feira. O técnico estava no clube desde 2019, mas também teve uma passagem em 2018, quando conquistou o acesso para Série A. Ao todo, ele realizou 79 jogos no comando da equipe: 36 vitórias, 15 empates e 28 derrotas. Para substitui-lo, o Esmeraldino acertou com Thiago Larghi.
Pernambuco
As trocas no comando técnico também se repetiram em Pernambuco. Na Série A, o Sport demitiu Daniel Paulista na última segunda-feira após duas derrotas consecutivas em casa para Santos e São Paulo. No Brasileirão, foram cinco jogos, com três derrotas, uma vitória e um empate. Essa foi a segunda mudança do Leão na temporada, já que Guto Ferreira iniciou o ano no Leão e foi demitido em fevereiro após eliminação na Copa do Brasil para o Brusque. Daniel Paulista estava a frente do rubro-negro desde fevereiro e comandou a equipe em 17 partidas, com seis vitórias, cinco empates e seis derrotas. Para seu lugar, o Leão contratou o técnico Jair Ventura.
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Na Série B, o Náutico também contribuiu para a dança das cadeiras dos técnicos. No dia 12 de agosto, o Timbu afastou Gilmar Dal Pozzo do comando da equipe principal, colocando-o para treinar a equipe sub-23. A decisão não foi acatada pelo treinador, que cobra do Timbu o pagamento integral da multa da rescisão contratual, em torno de R$ 500 mil. Para se desvincular do alvirrubro, o ex-comandante foi até a Justiça e teve sua saída confirmada no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na última sexta-feira.
No Náutico desde 2019, Dal Pozzo foi fundamental na arrancada na Série C que trouxe o Timbu de volta à Segundona, inclusive, com a conquista do título da Terceira Divisão. Em 2020, no entanto, o desempenho foi abaixo do esperado e o treinador não repetiu o sucesso da temporada anterior. Eliminado das três competições do primeiro semestre, o início na Série B com uma derrota e um empate dentro de casa foram a gota d’água para demissão do técnico. Nesta temporada foram 20 jogos, com nove vitórias, sete empates e quatro derrotas. Para seu lugar, o Náutico acertou com Gilson Kleina até o fim da Série B.
Completando o Trio de Ferro Pernambucano, apenas o Santa Cruz mantém o mesmo treinador desde o início da temporada. Apesar de acumular algumas polêmicas fora de campo, o técnico Itamar Schulle montou um time competitivo e tem entregado bons resultados dentro de campo, inclusive com um ótimo início na Série C, com duas vitórias e um empate em três jogos. Ao todo, foram 25 jogos com 13 vitórias, nove empates e apenas três derrotas.
Outro que também perdeu o cargo foi Pedro Manta, no Afogados da Ingazeira. O desligamento aconteceu um dia depois da eliminação na Copa do Brasil para a Ponte Preta. Na temporada, o técnico fez história na Coruja do Sertão, chegando às semifinais do Pernambucano e eliminando o Atlético Mineiro na segunda fase da Copa do Brasil. Porém, nem mesmo os feitos históricos foram suficientes para manter o treinador no comando técnico da equipe que se prepara para iniciar a caminhada no Campeonato Brasileiro da Série D.
