Blog do Torcedor - Campeonato Paulista, Carioca, Copa do Nordeste, Libertadores e Champions League ao vivo, com notícias de Flamengo, Palmeiras, PSG e outros clubes
Torcedor

Notícias de Flamengo, Palmeiras, Corinthians, PSG, Real Madrid e outros clubes ao vivo. Acompanhe aqui o Campeonato Paulista, Carioca, Libertadores e a Champions League

Futebol discute teto salarial para jogadores após crise gerada pela pandemia

Davi Saboya
Davi Saboya
Publicado em 15/07/2020 às 17:21
Neymar está, de novo, na final da Champions League. Foto: PSG/Divulgação
Neymar está, de novo, na final da Champions League. Foto: PSG/Divulgação

AFP - Definir um teto salarial para os jogadores de futebol, em valores que não sejam "de outro planeta"? Essa medida regulatória, aplicada por muitas outras ligas esportivas dos Estados Unidos, pode seduzir o futebol europeu, depois que a crise gerada pela pandemia da COVID-19 deixou os clubes em uma situação financeira difícil, embora seus adversários ainda sejam a maioria.

Privados de renda durante a paralisação das competições, os clubes mantiveram um salário muito alto, mostrando a fragilidade de um sistema exposto a choques externos.

"Alguns setores tem vários meses de vantagem em tesouraria e / ou fundos próprios que lhes permitem enfrentar temporariamente uma crise como a que estamos enfrentando", mas não o futebol, resume Christophe Lepetit, economista do Centro de Direito e Economia do Esporte (CDES), na França.

LEIA MAIS

> Técnicos lamentam punição leve ao Manchester City por infringir fair-play financeiro

> Drogba não recebe apoio da Associação de Jogadores da Costa do Marfim para concorrer à federação

> Podcast da Rádio Jornal analisa absolvição do Manchester City pelo CAS

Diante desta constatação, o mundo da bola é dividido em duas categorias: aqueles que defendem uma melhor regulamentação e os que se adaptam à lei do mercado.

Fritz Keller, presidente da Federação Alemã (DFB), está entre os primeiros. "Temos de falar em limites salariais", afirmou em meados de maio, pedindo à Uefa que limite os salários "numa categoria digna deste planeta".

Na França, um executivo de um órgão de fiscalização das finanças dos clubes pediu "a construção de um futebol mais forte e economicamente mais saudável".

"Isso significa iniciar uma reflexão sobre o teto da massa salarial e / ou o número de jogadores com contrato", descreveu Jean-Marc Mickeler, presidente da Direção Nacional de Controle Gerencial (DNCG), uma comissão independente encarregada de monitorar a contabilidae dos clubes de futebol profissional na França.

UEFA, PRUDENTE

Nos Estados Unidos, várias ligas esportivas, como basquete, hóquei no gelo ou beisebol, estabeleceram um "salary cap" (teto salarial) que pode ser "suave" (com possibilidade de superá-lo para alguns jogadores) ou "duro".

"Estamos analisando se um 'luxury tax' é possível", afirmou cautelosamente o presidente da Uefa, Alexander Ceferin, em uma entrevista ao The Guardian em maio.

A União Europeia de Futebol "está atualmente estudando várias opções", incluindo esse "imposto" e "consultará diferentes partes nos próximos meses", revelou um porta-voz da confederação à AFP.

"A Uefa está no meio de um fogo cruzado", entre apoiadores e oponentes da regulamentação, e esse "jogo de equilíbrio" está sendo analisado, informa Christophe Lepetit.

Para o economista, a entidade que rege o futebol europeu sediada em Nyon pode temer que "ocorra uma divisão e que cinco, dez ou vinte grandes clubes decidam criar sua própria competição, vinculada a um fundo de investimento que não demoraria a chegar".

TAREFA DA UEFA

Para estabelecer um "teto salarial", a Uefa poderia adaptá-lo à legislação da União Europeia e aplicável no Reino Unido, onde estão localizados vários dos clubes mais ricos da Europa. E convencer os céticos.

Na Espanha, o presidente da LaLiga (entidade que organiza o campeonato espanhol), Javier Tebas, não é favorável.

"Estabelecer um limite salarial como na NBA ou na NFL não é algo que possa ser feito, nem a AFE está pensando em negociar contra seus próprios trabalhadores", afirmou recentemente.

De fato, se houver reforma, será necessário reunir todas as famílias do futebol, da Fifa à Uefa, passando pelo sindicato mundial dos jogadores (Fifpro) e pelos poderosos clubes da Europa, reunidos no TCE.

E, no caso da vontade compartilhada, os limites de um instrumento de regulação econômica que, se mal concebido, "poderia gerar efeitos perversos", segundo Lepetit, ainda serão definidos.

Colocar um teto na massa salarial pode levar a uma forte inflação do preço de transferência, bem como a um "aumento das desigualdades salariais" dentro dos clubes, que primeiro atenderiam "aos jogadores de maior destaque em detrimento do restante", alerta o economista.

A introdução de um teto salarial "não resolverá todos os problemas do esporte profissional" e deve haver "uma solução global" em que a regulamentação salarial seja apenas um instrumento entre outros para limpar o ambiente do futebol ", concluiu.

VEJA MAIS CONTEÚDO

Últimas notícias