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Flávio Caça-Rato: "Ganhei mais fama do que dinheiro no Santa Cruz"

Davi Saboya
Davi Saboya
Publicado em 05/07/2020 às 13:27
 Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Quem não lembra do atacante Flávio Caça-Rato? Aos 34 anos, o jogador ainda não pensa em pendurar as chuteiras. Ao repórter Davi Saboya, em live no Instagram do Blog do Torcedor, ele lembrou das glórias e amor pelo Santa Cruz. No entanto, não escondeu a frustração por não ter sido mais valorizado, mesmo depois dos títulos estaduais e da Série C, além dos acessos.

CONFIRA

SANTA CRUZ

Não tenho o que falar. Só agradecer. Agradecer ao Sandro (Barbosa), Zé (Teodoro), Ataíde (Macedo) e Thiago Matias (zagueiro), pois foram eles que foram falar comigo depois do jogo da gente para eu fechar com o Santa. Também agradeço ao presidente Antônio Luiz Neto e Tininho (atual presidente Constantino Júnior), que era diretoria na época. Todos acreditaram em mim. É difícil chegar do interior e defender um clube da capital, pois a cobrança é muito grande. Ainda mais na situação que cheguei, já que o time não tinha divisão e precisava ganhar a vaga da Série D no Estadual. No começo (2011), a torcida pegou no meu pé, mas depois em 2012 eu comecei a mostrar meu futebol. Onde eu chego todo mundo me conhece pelo que fiz no clube. Até Richarlison (atacante da seleção brasileira) postou uma foto comigo da época que ele estava no América-MG. O Santa Cruz abriu as portas para mim e agarrei a oportunidade com unhas e dentes.

VOLTA

Espero um dia voltar. Fiz uma história maravilhosa no clube. Já tiverem umas duas ou três conversas com Tininho (presidente atual Constantino Júnior), mas as coisas não evoluíram. Torço para o Santa Cruz voltar para Série B, Série A. É a minha segunda casa e quero retornar. Tenho um carinho enorme pela torcida. Onde chego me pedem para retornar. Mas quem diz é o presidente. Se ele quiser que eu volte, eu volto. Pretendo.

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VALORIZAÇÃO

Ali no fim do meu ciclo, tinham jogadores, que com todo respeito, ganhavam mais, só que quem jogava e segurava a bomba era a gente. É o que eu falo, quando você é daqui não é valorizado. Os caras que chegam de foram é aquela coisa: precisa de tempo para se adaptar. No último ano (2014), joguei bastante. Quase subíamos e éramos para ter ido para a final do Estadual, não existe aquele regulamento. Mas tem uma hora que você pensa: faço tudo pelo time, tenho um grande amor, mas não sou valorizado. Tenho família e não é só a fama que vai sustentar ela. Ganhei mais fama do que dinheiro no Santa Cruz. Isso não paga as contas. Em 2014, recusei propostas do Vasco e Goiás para ficar. Disseram que a valorização iria acontecer acrescentando uma parte do valor da venda das camisas, mas não foi isso que foi feito.

DURVAL

O zagueiro que mais deu trabalho. Era só voadora (risos). Durval era por cima e por baixo. O cara dava tapa, ele dava braçada. Era bronca. Não tinha moleza com ele não. Do joelho para baixo era carrinho.

MAGRÃO

Como esquecer daquele jogo? Fazer gol contra o Sport já era bom, ainda mais daquele jeito em uma final (Pernambucano de 2013). Tenho um carinho grande por Magrão, tem uma história fantástica. Sobre o lance, em 2012, eu só tinha dado passe na final. Neste ano, no jogo de ida, dei o passe para o gol de Dênis Marques. Aí o pessoal tava falando no dia que tinha chegado a hora de marcar. Aí recebi um belo lançamento e aconteceu o que todo mundo já sabe. Tenho certeza que todos os torcedores pensavam que eu iria perder aquele gol (risos). Mas, consegui uma finta maravilhosa. Foi um gol muito bonito. Não tem como esquecer dele.

APELIDO

Onde eu vou me chamam de Caça-Rato. Poucos lembram de Flávio Recife. Onde eu chego a turma fica falando. Quando eu cheguei no Santa Cruz, o presidente (Antônio Luiz Neto) pediu para tirar. Eu disse: tudo bem. Cheguei no amistoso, fiz gol e a torcida começou a gritar: Caça-Rato. Aí ficou. Esse apelido começou quando eu jogava na Campina do Barreto. Gostava de ficar matando rato por lá. Só que eu sempre tive medo de jogar com os mais velhos. Quando o treinador me chamou, eu não fui. Aí ele disse: vai deixar de jogar para ficar matando rato? Pronto. Depois disso, não teve jeito.

DÊNIS MARQUES

Foi uma amizade construída dentro e fora do campo. A gente conversa sempre. Semana passada mesmo, falei com ele. É um irmão. Nossa parceria continua até hoje. Dênis é um cara gente boa demais. Fico muito feliz em lembrar de que joguei ao lado dele. Nos entendíamos muito bem. Cada um já sabia o tempo de bola do outro, o jeito de receber o passe. Era aquele negócio, quando eu tocava, já sabia que era só correr para o abraço (risos).

FUTURO

Estou na minha área, em Chão de Estrelas (bairro próximo ao Arruda). Meu último clube foi o Decisão (de Bonito-PE) no ano passado. Estou mantendo a minha forma em casa mesmo e esperando algumas coisas. Espero que essa pandemia passe e eu possa voltar a fazer o que mais amo: jogar futebol. Surgiram algumas possibilidades em São Paulo, na Bahia, por aqui para o Estadual, mas nada avançou. Ganhei muita fama, mas não fui valorizado. Ainda não penso em parar no momento. Pago minhas contas, poderia viver em uma condição melhor, mas o que ganho consigo pagar as minhas contas. Isso que importa. No momento, não posso dá o bote errado. Não tenho como jogar em um clube e passar quatro meses sem receber. O futebol está muito mentiroso ultimamente. Você chega lá e não é o que te ofereceram. Para ficar me estressando, prefiro ficar no meu canto.

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