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Diferentes realidades para a volta do futebol no 'G7' de Pernambuco

Lucas Holanda
Lucas Holanda
Publicado em 14/06/2020 às 9:49
Clubes possuem realidades bem distintas para a volta do futebol. Foto: Acervo/ JC Imagem
Clubes possuem realidades bem distintas para a volta do futebol. Foto: Acervo/ JC Imagem

Após três meses de paralisação por conta da pandemia do novo coronavírus, os treinamentos voltam em Pernambuco nesta segunda-feira (15). Os clubes retornam cumprindo um protocolo rigoroso feito pela CBF e  FPF e com o aval das autoridades de saúde. No entanto, mesmo com a liberação para as atividades nesta segunda, nem todas as equipes vão voltar. Isso porque a realidade do Trio de Ferro do Recife não se aplica a dos clubes do interior, onde alguns times não possuem nem atletas para este retorno. A reportagem do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação conversou com representantes dos seis clubes do interior e também com o Retrô FC para saber o cenário para a volta do futebol nessas equipes.

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PETROLINA

De acordo com o presidente do Petrolina, o clube não volta nesta segunda-feira. Isso porque existe um decreto municipal que proíbe as atividades até o dia 30 deste mês. Além disso, tem um agravante: o Petrolina não tem mais time. O mandatário da Fera Sertaneja também destacou que, na opinião dele, o retorno dos treinamentos na segunda não é o ideal, pois ainda há o risco de algum jogador contrair o vírus e acabar contaminando outras pessoas.

"O Petrolina não volta dia 15 por conta do decreto municipal. Também não temos time, estamos vendo se conseguimos viabilizar com a FPF a montagem de outro time para terminar o campeonato. Sobre esta volta no dia 15, eu não acho o ideal. Ainda acho que o risco é muito grande. A FPF conseguiu 30 testes, mas a gente acha muito pouco, porque tem que existir a contraprova. No caso do Petrolina, não temos nem condições de bancar os outros testes. Eu e o vice assumimos um empréstimo de R$ 120 mil para negociar a saída de alguns jogadores para quem quiser ir para outros clubes. Quem não teve como ir para outros clubes, a gente vai chamar de volta, se houver uma ajuda financeira", disse o mandatário.

DECISÃO

De acordo com o técnico do Decisão, Nilson Corrêa, o clube não volta nesta segunda-feira. Aliás, segundo o comandante, o cenário de retorno está totalmente indefinido, podendo não acontecer, inclusive. Nilson ainda diz que, quando o presidente do Decisão soube da paralisação do Campeonato Pernambucano, o mandatário disse que não teria como pagar o salário de todo mundo e que o vínculo seria encerrado ali, liberando aqueles que recebessem propostas. O treinador diz que ainda monitora alguns jogadores, mas nada de forma oficial, já que a partir daquele dia os atletas perderam o vínculo com o clube.

"Se realmente existir a volta, nós vamos tentar entrar em contato com os atletas para saber se estão disponíveis. E aí também vamos ver o que tem no mercado. Mas ainda não tenho qualquer sinalização para a volta do Decisão. Não tenho conseguido me programar porque não tenho notícias de quando e se regressaremos. As reuniões estão acontecendo para quem é de direito tomar as providências. Não é só a formação de elenco, tem toda a questão do protocolo. E eu não vejo possibilidades de uma boa parte dos clubes cumprir esse protocolo e deixar todas as partes seguras", disse o comandante.

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AFOGADOS

Segundo o presidente do Afogados, João Nogueira, todos os jogadores foram liberados para retornarem às suas casas e estados. Sobre a volta aos treinos, o mandatário da Coruja do Sertão destacou que a equipe não se reapresenta no dia 15, mas sim a partir do dia 18 - a expectativa que é que todos os atletas já estejam na cidade no dia 20. Com relação aos salários do elenco e dos funcionários, João Nogueira foi enfático: todos os pagamentos em dia, apesar da pandemia.

“Antes dos treinos, a gente tem que fazer os testes. Nós temos de 30 a 35 pessoas que precisam ser testadas. A FPF vai bancar a maior parte dos testes. Aqueles que faltarem, vou falar com o Dr Evandro Carvalho e com o prefeito da cidade para ver o que conseguimos. A partir do dia 18 os jogadores começam a chegar em Afogados. A expectativa é que a gente tenha todo mundo até dia 20. Agora o que não pode é querer reiniciar o Estadual dia 28 de junho. Isso é impossível. Tem que planejar isso lá para o meio de julho. Com relação aos salários, está tudo em dia. Não devo nada a ninguém”, finalizou o mandatário.

SALGUEIRO

Mesmo com a pandemia do novo coronavírus afetando as finanças dos clubes, o Salgueiro manteve a folha salarial em dia, como confirma o presidente José Guilherme. O mandatário do Carcará também comentou sobre o retorno aos treinos, o que para ele poderia esperar um pouco mais por não ser um serviço tão essencial. Sobre a reapresentação, o clube não deve treinar nesta segunda-feira, mas só depois do dia 17, data onde todos os jogadores e funcionários já terão sido testados. "Quando ocorreu a paralisação, eu fiz uma reunião, porque já imaginava que essa pandemia fosse durar bastante. Recebemos uma ajuda da CBF e FPF que deu para manter tudo em dia", disse o mandatário do Carcará.

“Acho importante o retorno das atividades econômicas, mas o futebol não é tão essencial e poderia ter esperado.Temos atletas espalhados na Região Metropolitana do Recife e pelo Brasil. Eu marquei a reapresentação dos atletas e comissão técnica em Salgueiro às 18h, já que a FPF agendou os testes de covid-19 para quarta-feira (19) de manhã aí no Recife, onde já iniciaremos o cumprimento do protocolo. Temos 14 atletas aí em Recife que já vão chegar em Salgueiro na terça com os exames prontos. Caso algum atleta teste positivo, vai ficar isolado em casa com a família.  Entre atletas, funcionários e comissão técnica, o Salgueiro tem 54 pessoas envolvidas. A FPF vai bancar 30 testes e nós vamos pagar 24. Era uma despesa que não estava prevista, mas seria irresponsabilidade minha fazer apenas em um pouco mais da metade. Mas eu acho que esse custo não deveria ser do clube", finalizou.

CENTRAL

Em Caruaru, o cenário é de indefinição. Isso porque o decreto de flexibilização de algumas cidades foi recuado em Caruaru. E, de acordo com o presidente do Central, Alexandre Leite, ainda não chegou a liberação da secretária municipal de saúde para que o clube se reapresente na próxima segunda-feira. O mandatário também destacou que até aqui não recebeu nenhum documento que prevê o retorno, em que condições e sobre a testagem na equipe. Além destas questões, o dirigente da Patativa abordou a questão salarial do elenco alvinegro.

"Foi um período de muito desgaste de prejuízo financeiro. Nós perdemos receitas, o contato com os nossos sócios. O Central aguarda a secretária municipal de saúde que vai nos nortear. Se formos liberados, nós estaremos com o nosso time para a volta. Só voltamos com segurança. Estamos aguardando uma reunião com a FPF para que tudo isso seja resolvido. Tudo que se fala sobre o retorno ainda é muito especulativo. Nós ainda não temos nenhum documento que ateste a nossa volta, que condições nós vamos voltar e também a quantidade de testes. Nós mensuramos algo em torno de 80 testes, para que tenhamos um norte no início de trabalho. Sobre os contratos, foram mantidos. Os jogadores chegam quando tivermos a reunião com a FPF e todos os pontos sejam esclarecidos. Até agora, não temos isso", disse o dirigente.

VITÓRIA

Com relação ao Vitória, o cenário também é de indefinição. De acordo com o presidente do clube, Paulo Roberto, a equipe não retorna nesta segunda-feira e ainda não tem uma dia específico para a volta. Segundo o mandatário, as incertezas seguem e só devem diminuírem após a reunião marcada com a FPF, que provavelmente deve acontecer nesta semana que se inicia os treinamentos. Além disso, o dirigente também comentou sobre a questão da testagem e pediu que os clubes de Pernambuco adotassem um discurso de união após essa paralisação de três meses por conta da pandemia da covid-19.

"O Vitória não volta nesta segunda-feira. Para planejarmos uma volta, precisamos de três pilares: jurídico, sanitário e financeiro. E, por conta disso, ainda não temos as condições ideais para cumprirmos esses passos. Não queremos voltar dando um passo maior do que podemos, porque aí vamos acabar retrocedemos uns 20 passos. Assim como o Estadual ainda não tem data para iniciar, ainda não temos a data para voltar. Com relação aos testes, com certeza vamos precisar de mais de 30. Temos que testar cada envolvido no futebol mais de uma vez. Esperamos que nesta semana a gente consiga resolver com a FPF essas questões nesta semana. Estamos vendo o esforço dos clubes e da FPF para uma volta. É um momento de união de todos, sem vaidade.

RETRÔ

O Retrô não é um clube do interior, mas é uma equipe que não integra o Trio de Ferro do Recife. De acordo com Gustavo Jordão, diretor de futebol do ‘caçula’ pernambucano, a data para a volta dos treinamentos nesta segunda-feira é considerada boa. Com relação aos contratos, o mandatário disse que as renovações foram feitas até 30 de julho e com redução de 25%. Por fim, o dirigente confirmou que o Retrô tem condições de comprar mais testes além dos 30 doados pela FPF.

“A pandemia foi um processo complicado e difícil para todo mundo. A gente estava bem e aí veio essa parada brusca e longa. Mas acredito que a gente foi bem nessa paralisação. Dentro das possibilidades de retorno, acho a mais conveniente. Foi um prazo legal. A gente soube dessa data com antecedência e deu para programar a reapresentação, apesar da gente enfrentar alguns problemas nos voos. A gente tem condições de adquirir mais testes e é isso que a gente fazer. O teste vai tranquilizar a todos os envolvidos no trabalho. Nosso CT funcionou com os serviços essenciais durante a pandemia. Acho que o dia 5 é um bom prazo para retornar o Campeonato Pernambucano”, disse o mandatário. 

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