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Atuando na Coréia do Sul, recifense Rômulo relembra início no futsal do Santa Cruz, base no Náutico e seleção brasileira

Filipe Farias
Filipe Farias
Publicado em 31/05/2020 às 11:23
Foto: cortesia
Foto: cortesia

Apesar de ser um meia canhoto, habilidoso e de já ter vestido a camisa da seleção brasileira, nos Jogos Pan-Americanos de 2015, o pernambucano Rômulo ainda é pouco conhecido no seu Estado. Nascido e criado na comunidade da Bomba do Hemetério, na Zona Norte do Recife, o meio-campista iniciou no futsal do Santa Cruz, teve passagem na base do Náutico e, aos 15 anos, chamou a atenção do Bahia e rumou para Salvador. Atualmente com 24 anos, Rômulo defende o Busan Ipark, da Coréia do Sul, desde 2017. Em conversa com a reportagem do Jornal do Commercio, ele contou sobre o seu início no futsal, sucesso no Bahia, experiência com a camisa canarinho e transferência para a Ásia.

INÍCIO NO FUTSAL

Sou pernambucano, nascido no Recife, da comunidade da Bomba do Hemetério... Iniciei no futsal do Santa Cruz, com quatro anos de idade. Meu pai (Sr. Severino ou Tibinha, como é conhecido) foi jogador de futebol, atuou pelo América Recife, e quando nasci o meu primeiro presente que ganhei foi uma bola. Cresci e gostei disso... Minha mãe conseguiu marcar um teste pra mim no Santa, com o professor Barão, aos quatro anos. Já no primeiro treino eu fui aprovado, mas fui jogar no sub-7, mesmo tendo quatro anos. Então comecei a minha trajetória no Santa Cruz, depois passei pelo Colégio Anglo, tive uma proposta (de estudo) e passei três anos lá. Depois fui para o futsal do Náutico. Deixei de jogar futsal aos 15 anos. Fiquei dos quatro, aos 15... Foram 11 anos no futsal. As lembranças são as melhores possíveis. Cada título, gol... Foram grandes momentos vividos que marcaram a minha vida e a minha trajetória até hoje. Conquistas que ficaram eternizadas e até hoje guardo meus troféus e medalhas na minha casa aí no Recife. Costumo dizer que o futsal é o primeiro passo para alguém que pensa em ser um grande jogador no campo hoje em dia. O futsal ajuda a você ter uma base. A pensar mais rápido, a se movimentar mais. Ainda mais eu, que sou meio de campo, o futsal foi fundamental para que eu chegasse ao campo com uma base de raciocínio, pois pensar rápido tinha de ser crucial. Esses fatores me ajudaram a me desenvolver na minha posição de meio de campo e a ter essa trajetória no campo.

IDA PARA O CAMPO

Minha transição para o campo foi através do sub-13 do Santa Cruz que, na época, começou um projeto de trazer a gente que era do futsal para jogar no campo. E, no primeiro ano, tive a felicidade de disputar a final de uma competição da categoria. O Santa tinha dois times na época e eu jogava no time dos mais novos e, mesmo assim, chegamos à final e fomos vice-campeões. No ano seguinte tive uma proposta do Náutico, fui para o sub-15 de lá e fomos campeões do Pernambucano. Através disso, o professor Sérgio China, que é um grande treinador e até hoje sou grato a ele pela oportunidade que me deu na época. Do sub-15, ele me subiu direto para o sub-20. Joguei o Pernambucano de 2011 e fomos vice campeões, mas recebi uma oportunidade sensacional pra mim porque eu fui o primeiro jogador de 15 anos a jogar no sub-20 pelo Náutico. Aquilo me mostrou pra mim a qualidade que tinha e o quanto era importante pra mim. Através dali ganhei confiança e em seguida desci para o sub-17 para disputar a Copa Carpina. Fizemos uma boa campanha e logo em seguida tive uma proposta do Bahia. Eles me ofereceram três anos de contrato e o lado financeiro pesou muito na minha decisão naquele momento da minha vida. Minha mãe não trabalhava, o meu pai tinha o próprio negócio, um depósito de gás. E, naquele momento, o Bahia tinha mais visibilidade. Hoje o futebol pernambucano também tem essa mesma visibilidade, mas antes era muito pouca. E eu estava correndo em busca do meu sonho e precisava de uma oportunidade para mostrar o meu potencial. Isso aconteceu através da chance que recebi do Bahia. Aceitei a proposta e fui.

PASSAGEM NO BAHIA

No Bahia vivi grande momentos, tanto na base, como no profissional. Em 2014, eu estreei pelo time principal no jogo contra o Corinthians. Naquele ano, infelizmente, o Bahia estava brigando para fugir do rebaixamento. Era uma oportunidade que surgiu para mim, mas a responsabilidade foi muito grande. O Bahia é um grande clube e brigando pelo rebaixamento a pressão aumenta. Sendo que eu tinha de encarar e pegar essa oportunidade com unhas e dentes. Sempre fiz o meu melhor e trabalhei muito em busca do meu melhor. A oportunidade surgiu e fiz um grande jogo. Depois disso tive uma sequência profissional. Em 2015, eu vivi grandes médios momentos também. Infelizmente perdemos o título da Copa do Nordeste, mas, em seguida, fomos campeões baianos. Com isso fui convocado para a seleção brasileira, onde todo jogador almeja e quer chegar lá. Comigo não foi diferente e sonhava em chegar à seleção e tive a oportunidade de disputar os Jogos Pan-Americanos de 2015, fiz um grande campeonato, mas infelizmente ficamos em terceiro lugar (medalha de bronze). Por besteira não ganhamos o título. Mas foi uma oportunidade e tanto. Um sonho realizado de vestir a camisa da seleção e uma grande conquista que tenho como jogador.

PROPOSTA DA CORÉIA

Em 2016 eu não vivia um grande momento no Bahia, joguei poucas vezes e, no início de 2017, surgiu uma proposta de empréstimo de um ano para o Busan IPark, da Coréia do Sul. Eu estava buscando uma oportunidade de jogar fora do País e quando surgiu aceitei. Como costumo falar, o Busan foi o ponto inicial para me tornar um grande profissional e uma grande pessoa. Não que eu não era antes, mas quando cheguei aqui aprendi muitas coisas, costumes e evolui bastante como pessoa e profissional. Em 2017 vim por empréstimo, mas logo em seguida o Busan me comprou do Bahia. A adaptação no começo foi um pouco difícil... Nos primeiros meses não sabia falar o idioma, a comida também não era o que a gente estava acostumado a comer no Brasil. É um país totalmente diferente, cultura diferente, além de muito frio. Eu não estava acostumado com isso. Sou um recifense e passei boa parte da minha vida em Salvador. Saí do calor de ambas cidades para encarar aqui - 5ºC a - 10ºC.

AJUDA DE DANNY MORAIS

O começo na Coréia do Sul foi difícil, mas tinha dois brasileiro aqui no Busan... Um deles, inclusive, o povo pernambucano conhece bem, que é Danny Morais, zagueiro e capitão do Santa Cruz. Ele me ajudou bastante e fizemos uma grande parceria no Busan. Agradeço a ele por me ajudar bastante. Ele sabe o quanto sou grato a ele. Hoje já estou adaptado no país, sou feliz aqui na Coréia. Um país sensacional, minha família também está muito bem aqui e gosta muito da Coréia. Eu já falo um pouco o coreano e estou adaptado aos costumes, comida e cultura. Sou muito feliz na Coréia do Sul.

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