Mesmo quando comete uma falha técnica, não é normal um goleiro ser substituído. Ainda mais em uma Copa do Mundo. Mas foi o que fez o técnico Angelo Niculescu antes dos 30 minutos de jogo. Ele sacou o titular Adamache para colocar o reserva Raducanu. A Romênia já perdia por 2x0 do Brasil, na terceira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de 1970. Mesmo sem culpa nos gols de Pelé e Jairzinho, o camisa 1 da Romênia foi o bode expiatório.
Após golear a Checoslováquia por 4x1 e superar a atual campeã mundial Inglaterra por 1x0, a seleção brasileira ainda não estava classificada para a próxima etapa. Tinha quatro pontos (a vitória valia dois pontos na época), contra dois dos romenos e dois dos ingleses. Para não depender do resultado de Inglaterra x Checoslováquia, que só se enfrentariam no dia seguinte, o Brasil precisava pelo menos de um empate.
Mas nada de jogar pelo resultado, até porque isso não combinava com a seleção comandada por Zagallo. E em um começo fulminante, o Brasil pressionou o adversário de uma forma que os 2x0 obtidos com Pelé, em cobrança de falta aos 20, e com Jairzinho, dois minutos depois, saíram de forma muito natural. Menos para o técnico romeno, que acabou mudando o goleiro.
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E o que mais impressionou, é que o Brasil entrou outra vez modificado. Gérson, que já tinha ficado de fora do duelo contra o English Team, novamente não entrou em campo, assim como Rivellino. Zagallo então adiantou Piazza para a cabeça de área (que na verdade era a sua real posição), colocando Brito e Fontana na zaga. Paulo César Caju novamente ficou no lugar de Rivellino e jogou muito bem nesse início de jogo avassalador do Brasil, que formou com: Félix, Carlos Alberto Torres, Brito, Fontana e Everaldo; Piazza, Clodoaldo e Paulo César Caju; Jairzinho, Tostão e Pelé.
Ganhando já por 2x0, o Brasil relaxou um pouco na partida e permitiu que a Romênia marcasse um gol com o atacante Dumitrache. Vale a pena ressaltar que os romenos desbancaram Portugal, de Eusébio, nas Eliminatórias, e tinham feito parte da preparação para a Copa no Brasil.
No segundo tempo, a seleção voltou a apertar o passo e fez o terceiro aos 21. Após cobrança curta de escanteio, Tostão desviou no primeiro pau e Pelé empurrou para o gol. Segundo gol do Rei na partida, seu terceiro na Copa. Pelé, aliás, sofreu muito com o jogo bruto, às vezes desleal, dos romenos, que só levaram dois amarelos. Os cartões, aliás, uma das novidades do Mundial mexicano, eram usados pelos árbitros de forma bem mais moderada do que nos dias atuais, para azar dos craques da época.
O Brasil ainda perdeu Clodoaldo, que saiu para a entrada do ponta do Santos, Edu, o que fez Paulo César Caju ser deslocado para o meio. Na lateral esquerda, Marco Antônio entrou no lugar de Everaldo. E foi pelo setor que saiu o cruzamento para o gol de Dembrowski: 3x2. O jogo voltou a ficar perigoso, com Félix evitando o empate em uma bola que subiu muito e quase entrou no gol brasileiro. Mas a seleção garantiu a terceira vitória e a classificação para as quartas de final. O próximo adversário era um velho conhecido, o Peru, treinado pelo brasileiro Didi.
PODCAST
Mesmo com a pandemia do novo coronavírus afetando o mundo todo, o futebol segue sendo debatido no podcast Liga do Escrete, um podcast da Rádio Jornal especializado em futebol internacional. No episódio desta semana, uma overdose de Copa do Mundo e Seleção Brasileira. Para você, quais os maiores meias que já vestiram a amarelinha? Qual seria o time ideal combinando os jogadores que disputaram as Copas do Mundo de 1982 e 2002 pelo Brasil?
Além desses temas, o programa também trouxe o tradicional duelo envolvendo um craque do passado x craque da atualidade. Nesta semana, o embate foi entre Modric x Seedoorf. Quem você prefere? Também relembramos um grande jogo da Copa do Mundo de 2010, onde o atacante Luiz Suárez saiu de vilão para herói com a camisa do Uruguai. Ah, na trilha sonora do programa... Queen! Você pode ouvir o podcast desta semana através do site da Rádio Jornal ou no seu aplicativo de podcast favorito.
