Já faz um mês que a bola não rola em solo pernambucano. E é difícil cravar uma data para que as competições de futebol retornem, por causa da pandemia do novo coronavírus, que já acomete 1,9 milhões de pessoas no mundo todo, e 1.154 em Pernambuco, além 102 mortos no estado. Em busca de, ao menos, uma previsão, as federações estaduais seguem realizando reuniões para encontrar uma solução.
Na Federação Pernambucana de Futebol (FPF), os funcionários estão de férias e as atividades na sede estão suspensas. O corpo diretivo acompanha a situação, monitorando também a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e as federações de São Paulo e Rio de Janeiro. “Nós fomos uma das primeiras federações a suspender o campeonato por tempo indeterminado. Isso não quer dizer que a federação está parada”, disse o diretor de competições Murilo Falcão, em entrevista ao comentarista Ralph de Carvalho, da Rádio Jornal.
A CBF também não tem ideia de quando vai retornar às atividades. O secretário-geral da entidade Walter Feldman destacou que a situação do Brasil ainda é muito incerta. No país, foram registrados até ontem 23,4 mil casos da covid-19, com 1.328 óbitos. Além disso, o pico da doença ainda está para acontecer nas próximas semanas, entre os meses de abril e maio.
Tendo isso em mente, a CBF não descarta a possibilidade de realizar jogos de portões fechados. “Estamos sintonizados com o Ministério da Saúde porque a prioridade do país é a preservação de vidas. Seguimos a orientação do distanciamento social e aguardamos novas informações para a retomada de nossas atividades. Diante da expansão da epidemia, não há nenhuma expectativa imediata”, disse Feldman, em entrevista ao programa Última Palavra, do Fox Sport.
Ainsa sem as previsões da entidade, a Federação Paulista terá reunião amanhã para propor alternativas. A Comissão Nacional de Clubes (CNC) marcou uma videoconferência para hoje, com 30 clubes envolvidos. Esta reunião, porém, tem outro foco principal: a venda do Campeonato Brasileiro internacionalmente.
Em Pernambuco, o momento é, então, de analisar clinicamente o que pode ser feito. A FPF mantém contato com Fernando Soléra, membro do clube de médicos da CBF. A entidade máxima do futebol nacional deve protocolar medidas para a retomada das competições, começando pelos estaduais, a ser seguido pela Federação.
"Muito interessante também o protocolo que está sendo desenvolvido no Rio de Janeiro, onde a federação adquiriu testes para todo o corpo diretivo dos clubes. É uma atitude muito simpática. Acredito que até o fim da semana vamos ter novidades sobre esse desenrolar dos fatos", concluiu Murilo Falcão.
