Por Karoline Albuquerque
Twitter @eusoukaroline
Eu estou cansada. O ano é 2020 e eu estou exausta. Não, eu não quero fazer uma matéria sobre como as torcedoras têm cada vez mais ocupado seu espaço nas arquibancadas. Ou de como meninas estão finalmente entrando nas escolinhas de futebol. Também não quero de jeito nenhum falar do esforço que os clubes fazem por um time feminino (que é zero, diga-se).
Não. Não. E não.
Eu cansei. Não tenho ânimo para isso. Para essa ladainha repetitiva. Pode jogar na busca. Eu fiz uma dessa ano passado. Algo do gênero no ano anterior. E também no outro. É tudo igual.
O que eu quero é uma explicação. Uma não. Várias. Como, por exemplo, a CBF envia uma comissão para pedir apoio à candidatura a sede da Copa do Mundo Feminina 2023, mas não leva uma mulher sequer? Por que o coordenador ainda é um homem? E não é nem pelo gênero. Até conheço homens competentes. Não é o caso dele.
Ou o motivo das equipes não explorarem o futebol feminino como produto? Mesmo que em menor escala. Rende. Olha os números da Copa do Mundo do ano passado. Quem sabe alguém me explica por que torcedoras ainda são desrespeitadas nas arquibancadas?
Mas podem começar me explicando porque o ano é 2020 e eu preciso repetir tudo o que eu disse nos anos anteriores. Ninguém está ouvindo. Nunca são elas.