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Década de altos e baixos para Náutico, Santa Cruz e Sport

Fernando Castro
Fernando Castro
Publicado em 15/12/2019 às 8:16
Náutico, Sport e Santa Cruz viveram altos e baixos na década. Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem
Náutico, Sport e Santa Cruz viveram altos e baixos na década. Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem

Com Klisman Gama

O período entre 2010 e 2019 marcou uma grande oscilação para o Trio de Ferro do Recife. No Campeonato Brasileiro, Sport, Náutico e Santa Cruz contabilizaram muitos rebaixamentos e acessos nesta década. Títulos regionais e nacionais também fizeram parte do cenário esportivo. Porém, um ponto de convergência entre rubro-negros, alvirrubros e tricolores é que, neste recorte, com o crescimento das cotas televisivas, os clubes tiveram as maiores receitas das suas histórias. Sendo que, após um ano, ou um pouco mais, não conseguiram se sustentar na elite. Mais que isso, acumulam um grande volume de dívidas (passivo), situação que as atuais gestões tentam minimizar.

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NÁUTICO

O Náutico iniciou a década tentando se recuperar depois de ter sido rebaixado à Série B após disputar a elite do futebol brasileiro por três anos consecutivos.O retorno à Série A, no entanto, só veio um ano depois, em 2011, quando o time alvirrubro, comandado pelo técnico Waldemar Lemos, fez boa campanha na Segunda Divisão, conquistando o vice-campeonato. Com a base do time que conquistou o acesso mantida para 2012, o Timbu fez a melhor campanha do clube na história dos pontos corridos. Foi 12º colocado na Série A e ajudou a rebaixar o rival Sport na última rodada e conquistou uma vaga para a Copa Sul-Americana.

O bom desempenho dos últimos dois anos no Campeonato Brasileiro, somado a maior receita da história do clube, no valor de R$ 48.105.068, credenciou o Náutico a fazer mais uma boa temporada, em 2013. Mas logo no primeiro semestre, o torcedor alvirrubro teve a primeira decepção. Sem conquistar o título do Campeonato Pernambucano desde 2004, o Timbu amargou mais um ano de jejum. Porém, o pior ainda estava por vir. Na Série A, o Náutico protagonizou uma campanha vexatória, sendo o lanterna com apenas 20 pontos somados.

De 2013 para cá, o Náutico não disputou mais a Primeira Divisão. Os quatro anos seguintes na Série B tiveram contextos diferentes. Se reorganizando, em 2014, o time alvirrubro não teve forças para brigar pelo acesso, diferente dos dois anos seguintes, quando bateu na trave, ficando em 5º colocado em 2015 e 2016. No ano de 2017, o Timbu reviveu o pesadelo de 2013. Dessa vez, a campanha pífia resultou. O Náutico voltaria a disputar a Terceira Divisão 19 anos depois.

Foi há dois anos que o presidente Edno Melo iniciou o processo de reconstrução do Náutico. Com uma política de austeridade financeira, a nova gestão conseguiu, aos poucos, colocar o clube de volta ao trilho. Um título estadual após 13 anos, o acesso à Série B e o inédito título nacional foram as conquistas somente dentro de campo, mas que não se limitaram aí. O retorno aos Aflitos, o ‘boom’ no quadro de sócios e a revelação de novos talentos nos últimos dois anos também foram grandes feitos da atual direção alvirrubra.

 

FJ, náutico, aeroporto, edno, diógenes Foto: Filipe Jordão/JC Imagem

 

SANTA CRUZ

O Tricolor começou 2010 de maneira melancólica. Sem acesso para a Série C, parando no Guarany de Sobral nas quartas de final da Quarta Divisão. Porém, em 2011 iniciou uma ascensão que ficou marcada na história. Subiu para a Série A em quatro anos, conquistou a Terceirona em 2013 e, em 2016, auge na década, venceu a Copa do Nordeste e começou o Brasileirão de maneira avassaladora. Chegou a liderar o campeonato e ostentava uma invencibilidade 18 jogos. O pico de um time que, ao lado da sua torcida, acreditava que o pior já teria passado. Entretanto, a história nunca é fácil para o Santa Cruz.

Naquela temporada em que foi bicampeão estadual e venceu o Nordestão, o clube teve a maior receita da sua história, no valor de R$ 36.854.071. Um dos erros foi contar com que esse dinheiro seria maior, por conta da fracassada negociação com a fornecedora de material esportivo Dry World. Valores foram comprometidos na espera de algo que não veio. o Santa gastou mais do que poderia e caiu para a Segunda Divisão.

Disse uma vez o saudoso Nereu Pinheiro que o Tricolor “só ganha as coisas com sacrifício. Quando ele tem as coisas fáceis, ele começa a deixar passar". Fala que reflete a montanha-russa vivida pelo Mais Querido. Tão rápida quanto a ascensão, foi a descida. Dois rebaixamentos consecutivos, em 2016 e 2017, e o retorno para a Série C, onde permanece, pelo menos, até o ano que vem.

De uma aproximação maior da torcida para sair do fundo do poço, para um afastamento que reflete com o momento anestesiado de quem foi o Terror do Nordeste por vários anos. No retorno para a Série C, não se viu mais o Arruda cheio como antes, com públicos acima de 20, 30 mil como uma regra, não exceção. O trabalho que o Santa Cruz terá para se reaproximar do seu maior patrimônio, o torcedor, será o principal mote para que tenha, novamente, anos de conquistas como foi de 2011 a 2016. Mas que não fique só aí. É preciso aumentar o alicerce e sua estrutura para profissionalizar em busca de maiores voos.

 

Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem

 

 

SPORT

Por sua vez, o Sport começou a década sagrando-se pentacampeonato estadual em 2010. Mas o desejado hexa escapou após derrota para o Santa Cruz. Contudo, o ano de 2011 foi salvo com um improvável acesso para a Série A, com uma arrancada na reta final do time comandado pelo técnico Mazola Júnior. Em 2012, novo revés para o Tricolor no Estadual, além do rebaixamento para a Segundona. A partir de 2013, o panorama começou a mudar. O Leão subiu de novo para a Primeira Divisão, contando com gols de Marcos Aurélio e Neto Baiano. No ano seguinte, com o técnico Eduardo Baptista, o Sport venceu o Pernambucano e voltou a levantar o troféu da Copa do Nordeste, – foi 13º no Brasileirão.

Em 2015, o rubro-negro fez uma das suas melhores campanhas em nacionais. Chegou a liderar a Série A e esteve na briga pela Libertadores até o fim. Acabou na sexta colocação e contou com um time que marcou época: Diego Souza, Rithely, André, Marlone, Danilo Fernandes, entre outros. Porém, o Leão deu um passo maior do que as próprias pernas naquele momento.

O ano de 2016 trouxe outro recorde de receitas, próximo da casa dos R$ 130 milhões. Dentro de campo, no entanto, o time não conseguiu repetir a excelente campanha na Série A do ano anterior, mas evitou a queda, mesma situação de 2017. A diferença é que, no primeiro semestre, ganhou mais um Pernambucano. Ano passado, porém, com uma grave crise financeira, o rebaixamento ocorreu.

Já nesta temporada, com a política de pés no chão e de recuperação financeira do presidente Milton Bivar, o Sport voltou a conquistar o Estadual e fez uma campanha constante na Segunda Divisão, conquistando o acesso outra vez.

 

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

 

HISTÓRICO DA DÉCADA - CAMPEONATO BRASILEIRO

SANTA CRUZ

2010: D (14º)

2011: D (2º)

2012: C (14º)

2013: C (1º)

2014: B (9º)

2015: B (2º)

2016: A (19º)

2017: B (18º)

2018: C (7º)

2019: C (13º)

Resumo: 3 acessos e 2 rebaixamentos.

Títulos: Campeonato Pernambucano (2011, 2012, 2013, 2015 e 2016), Copa do Nordeste (2016) e Série C (2013)

RECEITAS

2010 - R$ 6.126.820

2011 - R$ 17.185.073

2012 - R$ 13.133.535

2013 - R$ 16.955.711

2014 - R$ 16.504.362

2015 - R$ 15.110.061

2016 - R$ 36.854.071

2017 - R$ 15.848.541

2018 - R$ 8.765.924

EVOLUÇÃO DO PASSIVO

2010 – R$ 66.357.782

2011 – R$ 69.775.333

2012 – R$ 71.536.863

2013 – R$ 71.377.478

2014 – R$ 72.727.047

2015 – R$ 77.728.805

2016 – R$ 62.604.879

2017 – R$ 65.917.841

2018 – R$ 53.547.856

SPORT

2010: B (6º)

2011: B (4º)

2012: A (17º)

2013: B (3º)

2014: A (14º)

2015: A (6º)

2016: A (14º)

2017: A (15º)

2018: A (18º)

2019: B (2º)

Resumo: 3 acessos e 2 rebaixamentos.

Títulos: Campeonato Pernambucano (2010, 2014, 2017 e 2019) e Copa do Nordeste (2014)

RECEITAS

2010 – R$ 28.834.249

2011 – R$ 46.875.544

2012 – R$ 79.807.538

2013 – R$ 51.428.086

2014 – R$ 60.797.294

2015 – R$ 87.649.465

2016 – R$ 129.596.886

2017 – R$ 105.471.746

2018 – R$ 104.098.716

EVOLUÇÃO DO PASSIVO

2010 – Não encontrado

2011 – R$ 45.278.851

2012 – R$ 27.381.926

2013 – R$ 22.751.467

2014 – R$ 73.396.626

2015 – R$ 121.167.577

2016 – R$ 125.080.279

2017 – R$ 183.562.095

2018 – R$ 193.439.749

NÁUTICO

2010: B (13º)

2011: B (2º)

2012: A (12º)

2013: A (20º)

2014: B (13º)

2015: B (5º)

2016: B (5º)

2017: B (20º)

2018: C (5º)

2019: C (1º)

Resumo: 2 acessos e 2 rebaixamentos.

Títulos: Campeonato Pernambucano (2018) e Série C (2019)

RECEITAS

2010 – Não encontrado

2011 – R$ 19.236.142

2012 – R$ 41.089.423

2013 – R$ 48.105.068

2014 – R$ 15.959.176

2015 – R$ 18.363.286

2016 – R$ 16.723.513

2017 – R$ 19.825.262

2018 – R$ 16.051.433

EVOLUÇÃO DO PASSIVO

2010 – Não encontrado

2011 – R$ 62.442.207

2012 – R$ 71.979.517

2013 – R$ 87.816.127

2014 – R$ 137.364.572

2015 – R$ 149.267.447

2016 – R$ 155.639.544

2017 – R$ 165.936.253

2018 – R$ 284.527.291

Fonte: Blog de Cássio Zirpoli

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