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Esportes, o novo desafio na guerra do streaming

Davi Saboya
Davi Saboya
Publicado em 01/11/2019 às 12:23
 Foto: AFP
Foto: AFP

AFP - As séries e os filmes pareciam as duas únicas cartas a serem apostadas na guerra do streaming, mas a transmissão do esporte ao vivo, historicamente fora dessas plataformas, pode mudar as regras.

Até agora, a Netflix sempre se recusou a investir nesse nicho, assim como Hulu.

Somente a Amazon moveu seus peões com cautela (futebol americano, tênis, campeonato de futebol inglês).

Antes do lançamento do seu serviço Disney+, a empresa de Burbank já havia abalado a ordem estabelecida em abril de 2018 com a ESPN+, a versão em plataforma de sua rede de canais de esportes, a mais poderosa do mundo.

A partir de 12 de novembro, a Disney oferecerá uma fórmula que incluirá Disney+, ESPN+ e Hulu por US$ 12,99 por mês, o preço da assinatura padrão da Netflix nos Estados Unidos.

E ao anunciar no final de julho que o esporte ao vivo seria "um elemento importante" da nova plataforma HBO Max, o diretor executivo da operadora de telecomunicações da AT&T, Randall Stephenson, também estabeleceu uma pauta.

Ao contrário da ESPN, que reserva seu conteúdo mais valioso para o cabo (NFL e NBA) e usa a ESPN+ como um complemento, a HBO Max oferecerá basquete profissional (NBA), disse Stephenson.

ÚLTIMO REDUTO

"O esporte ao vivo deve definitivamente ajudar o HBO Max", que será lançado na próxima primavera, disse Patrick Rishe, professor de economia esportiva da Universidade de Washington em St. Louis, Missouri.

"O esporte é um dos últimos, talvez o último, conteúdo que precisa ser visto ao vivo e que gera as melhores audiências", diz.

"É o conteúdo mais valioso, porque é uma paixão das pessoas e são eventos únicos que não podem ser duplicados", explicou John Skipper, ex-presidente da ESPN, em novembro de 2018 na CNBC.

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Em 2018, 43 dos 50 principais eventos televisionados nos Estados Unidos por tamanho de público foram esportivos.

Nos esportes, como nas séries e filmes, surge a questão dos direitos de transmissão, que sobre a bilhões de dólares para as disciplinas mais populares.

As plataformas gerais de hoje só têm migalhas no momento, enquanto as novas empresas especializadas em esportes, como a DAZN (pronuncia-se "Da Zone"), estão se posicionando em esportes de nicho, como o boxe.

O grupo Disney, que controla a ESPN, mas também a ABC, possui um portfólio de direitos único no mundo.

A WarnerMedia (subsidiária da AT&T), que gerou a plataforma HBO Max, também é um peso pesado do esporte e já garantiu os direitos digitais de vários eventos, incluindo o basquete universitário, muito popular nos Estados Unidos.

"A partir de agora, para cada contrato que negociarmos, também procuraremos adquirir os direitos (de transmissão) para ESPN+, não apenas para nossos canais históricos", disse Jimmy Pitaro, CEO da Bloomberg, à ESPN em maio.

DESAFIOS TÉNCICOS

Embora a Disney e a WarnerMedia pretendam integrar uma oferta esportiva consistente com seu serviço de vídeo online, não se trata de alterar todo o conteúdo de streaming.

Embora estejam em declínio, as grandes redes de televisão gratuitas, com publicidade, e os canais a cabo, com assinaturas, continuam sendo de longe sua principal fonte de renda.

"O que a Disney está fazendo com a ESPN será a regra nos próximos anos", ou seja, "uma mistura de streaming e canais tradicionais", disse John McGuire, professor especializado na interseção do esporte e os meios de comunicação na Universidade Estadual de Oklahoma.

A cautela das plataformas também tem razões técnicas: garantir a transmissão on-line e ao vivo de um evento "requer infraestrutura considerável" e "a infraestrutura ainda não está à altura", explicou John Skipper à CNBC.

Algumas falhas recentes confirmaram isso. Consciente do problema, a Disney não hesitou em gastar US$ 2,6 bilhões para assumir o controle em 2017 da empresa técnica especializada em transmissão esportiva BAMTech Media.

Pois, apesar dos problemas, todo mundo quer se posicionar. Ganhar assinantes, especialmente para novas plataformas, mas também enfrentar a concorrência, incluindo as próprias ligas.

Mais e mais campeonatos e organizações esportivas têm sua própria oferta de transmissão. O melhor exemplo é a liga de basquete da NBA, com seu League Pass, disponível em quase qualquer lugar do mundo.

"A única certeza que tenho é que, para o fã que deseja acompanhar seu esporte favorito (...) será cada vez mais caro nos próximos anos", disse John McGuire.

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