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"Era uma máfia que tinha instalada aqui dentro", diz diretor do Santa Cruz

Em entrevista à Rádio Jornal, o coordenador do núcleo gestor coral, Roberto Freire, revelou que existiam vários esquemas de corrupção em mais de um setor do clube

Davi Saboya
Davi Saboya
Publicado em 17/10/2019 às 22:30 | Atualizado em 25/02/2022 às 17:24
Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
"O que existia no Santa, e agora eu posso falar, era uma entidade com uma cultura instalada que era sobreviver da situação de falta de controle da gestão", afirmou Roberto Freire - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

O Santa Cruz disputar pelo terceiro ano seguido a Série C do Campeonato Brasileiro é um reflexo da situação do clube dentro de campo e fora das quatro linhas.

Em entrevista à Rádio Jornal, o coordenador do núcleo gestor coral, Roberto Freire, revelou que existiam vários esquemas de corrupção em mais de um setor do clube.

De acordo com o dirigente, todas as irregularidades foram descobertas e denunciadas na Polícia Civil e Polícia Federal, visto que um dos problemas envolvia a Timemania, da Loteria Federal.

"O que existia no Santa, e agora eu posso falar, era uma entidade com uma cultura instalada que era sobreviver da situação de falta de controle da gestão".

"Está tudo na Polícia. Ela está cuidando e sabe quem é. Tínhamos problema na arrecadação, acesso, segurança, t.i. (tecnologia da informação), em todos os setores".

"Passamos boa parte do tempo, tentando e articulando para pegar todo mundo. Pegamos todos. Caíram todos! Tem até Polícia Federal no meio", afirmou o dirigente.

>> Atacante Augusto aciona o Santa Cruz na Justiça

Roberto Freire garantiu que todas as pessoas envolvidas nos esquema foram desligadas do Santa Cruz.

"Quando fizemos aquele programa de trocar a Timemania pelo ingresso, existia uma quadrilha aqui falsificando. Como é crime federal, tudo foi levado para Polícia Federal", disse.

"Essas pessoas não estão mais no Santa. Quando se falava dos diretores, não era os diretores. Era uma máfia que tinha instalada aqui dentro. Com o passar do tempo, fomos mudando as coisas".

Ele continua: "Mudamos empresa de acesso, empresa de segurança, empresa de catraca, trocamos equipamentos. Fizemos tudo. Tudo isso não acontece da noite para o dia".

"Porque é preciso chamar a pessoa e dizer: como vai ser, vai sair por bem ou por mal".

O coordenador do núcleo de gestão do Santa Cruz frisou que tudo será explicado pelo clube quando as investigações forem concluídas.

"Nosso diretor de segurança é uma pessoa com influência e que enfrenta tudo. Existe uma série de ações positivas que não podemos tornar público porque os processos estão avançando", pontuou.

"Até o fim da gestão, as pessoas irão mudar a imagem do triênio de Tininho".

ORIGEM

Toda essa polêmica foi revelada por Roberto Freire quando questionado sobre a política de transparência da atual gestão do Santa Cruz capitaneada pelo presidente Constantino Júnior.

"Acho que tem que existir a transparência, mas pelo caminho legal dela. Você profissionaliza a gestão e tem o balanço auditado por empresas externas".

"Quando isso acontece, que nesse caso temos três no clube, as informações quando são chanceladas por auditorias externas elas deixam de ser nossas. São informações verdadeiras que foram constatadas", esclareceu.

"A negociação de Elias foi por um 1 milhão e 800 mil reais. Ficamos com apenas 900 mil porque existia uma dívida com o Athletico-PR. Ou fazia esse acordo, ou o Santa não jogava mais", completou.

O dirigente ainda contou que uma negociação com um patrocinador foi travada após os ataques ao presidente Constantino Júnior.

Na época, muitos torcedores questionavam a gestão do mandatário após a eliminação na Série C do Campeonato Brasileiro deste ano na primeira fase.

"Esse ataque a Tininho (Constantino Júnior, presidente) foi terrível".

"Sabe porquê? Estávamos no meio de uma negociação, de um valor substancial, que nunca tivemos a possibilidade da entrada de um recurso desse tamanho, e o que foi que o executivo principal da empresa disse?"

"Vamos aguardar, pois do jeito que as coisas estão acontecendo, existe uma instabilidade na gestão. Só agora, na última semana, voltamos a negociar", destacou Roberto Freire.

ENTREVISTA

RESPOSTAS

A reportagem do Blog do Torcedor e Jornal do Commercio procurou o atual presidente coral Constantino Júnior e todos os últimos quatro mandatários do clube para repercutir o tema.

Tininho, como é mais conhecido o atual líder do Executivo, disse que tem dado "carta branca" para os diretores.

"O núcleo vem trabalhando para organizar as coisas. A gestão tem atuado para organizar a casa. Tenho dado autonomia para fazerem tudo. Essas pessoas que estão no dia a dia que respondem pelo assunto", declarou Constantino Júnior.

Questionado sobre a atuação como vice-presidente na gestão anterior de Alírio Moraes, Tininho ressaltou que ficava mais responsável pelo departamento de futebol.

Setor que ele coordenava como também vice-presidente de futebol.

"Antes, a minha responsabilidade maior era o futebol. Ficava muito voltado a esse setor. A situação era diferente. Era outro pessoal que estava lá".

"Não posso falar por isso que não era a minha atribuição. Não tenho como responder", explicou o presidente do Santa Cruz.

ÚLTIMOS GESTORES

Presidente do Santa Cruz no triênio 2015-2017, Alírio Moraes optou por não comentar o assunto.

"Quanto a essa questão, não posso me manifestar se não fui citado nominalmente. Só Roberto Freire pode dizer a quem se refere quando fala em “cultura" implementada no clube", destacou.

Discurso semelhante adotado pelo ex-presidente Antônio Luiz Neto, que dirigiu o Tricolor do Arruda durante de 2011 a 2014. "Prefiro não falar nada.

Não acredito que isso irá melhorar o Santa Cruz. Quem faz essa colocação que tem que aprofundar o assunto. Ao longo da minha vida, tenho procurado unir o clube", afirmou.

A assessoria de imprensa do atual senador e ex-presidente Fernando Bezerra Coelho disse que não iria se pronunciar, já que ele não foi citado.

O ex-mandatário coral esteve na presidente do clube durante os anos de 2009 e 2010.

Presidente do Santa Cruz em 2007 e 2008, Edson Nogueira, mais conhecido como Edinho, não quis falar sobre o assunto.

"Faz tantos anos que sair de lá que não tenho a mínima intenção de pronunciar", cravou.

AUTORIDADES

A reportagem do Blog do Torcedor e Jornal do Commercio aguarda a atualização da Polícia Civil e Polícia Federal sobre as denúncias feitas pelo Santa Cruz.

Os respectivos órgãos ficaram de responder as solicitações até esta sexta-feira.

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