Presidentes de clubes das Séries A e B do Brasileiro estão usando o WhatsApp para se articularem sobre a criação de uma frente que negocie contratos de direitos de televisão. O grande foco dos dirigentes seria a arrecadação do sistema de transmissão por pay-per-view (PPV) do Grupo Globo, que está em queda. O movimento de descontentes inclui times com pequenas e grandes receitas televisivas, preocupados também com as mudanças que a emissora pretende realizar na plataforma.
Os clubes negociam individualmente os contratos de TV do Campeonato Brasileiro desde o fim do Clube dos 13, em 2011. Cartolas ouvidos pela reportagem da Folhapress, no entanto, descartam ressuscitar o nome. A alegação é que a forma de organização será completamente diferente. Em pauta está a formação de uma associação ou sindicato.
A extinção do Clube dos 13, que agregava os principais times do futebol brasileiro, começou com uma manobra que uniu Globo, CBF e alguns dirigentes de clubes da próprio grupo, como Andrés Sanchez, presidente do Corinthians.
O grupo de WhatsApp em que os dirigentes se articulam sobre o assunto existe pelo menos desde o início de 2019 e tem sido usado para debates também sobre outros assuntos do futebol brasileiro. Entre os quais o uso do árbitro de vídeo (VAR).
QUEDA
Na última sexta-feira (20), os dirigentes viajaram a São Paulo para reunião com executivos do Grupo Globo. Os clubes alegam que, pela receita obtida no pay-per-view de maio a junho deste ano, os sete meses de contrato resultariam, ao fim do Brasileiro, em R$ 413 milhões. Seriam R$ 237 milhões a menos do que os R$ 650 milhões imaginados inicialmente.