O retorno ao estádio dos Aflitos foi sonhado por todo torcedor do Náutico, assim como o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro, que chega como uma coroação da volta ao caldeirão alvirrubro. Reinaugurado no final do ano passado, depois de mais de cinco anos sem receber os alvirrubros, o estádio foi palco de mais um momento histórico de ressurgimento do clube. Nas arquibancadas, muita emoção entre os torcedores, que tem o ambiente como uma segunda casa.
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"É até difícil achar uma palavra que defina os Aflitos. Mais do que resgata o clube, coloca o Náutico e sua torcida perante ao futebol brasileiro, em um outro patamar, de superação, de um clube realmente grande, que cresce na crise e nos momentos de dificuldades se reinventa e ressurge mais forte do que era antes. Os Aflitos é, talvez, o grande elo simbólico disso tudo. A volta aos Aflitos simbolizou todo o movimento de torcedores, conhecidos e principalmente anônimos, que ajudaram demais o clube”, comentou o vice-presidente do Náutico, Diógenes Braga, em entrevista ao JC.
Com recorde de público na temporada e mais de 15 mil torcedores do Náutico presentes, o estádio dos Aflitos confirmou a estigma de caldeirão e amuleto especial do clube. Até conseguir a consagração, no entanto, o Eládio de Barros Carvalho, um dos estádios mais tradicionais do futebol brasileiro, viveu dias de esquecimento e abandono. No período em que o Náutico começou a jogar na Arena de Pernambuco, os Aflitos ainda recebia alguns jogos do sub-20 do clube. O América-PE também chegou a mandar alguns jogos no estádio, que foi utilizado até no futebol americano.
Com o passar dos anos, no entanto, o estádio dos Aflitos foi recebendo cada vez menos eventos, até ficar completamente no ostracismo. Sem o entrosamento da torcida alvirrubra com a Arena de Pernambuco, a volta do Náutico à Rosa e Silva acabava sempre à tona. Agonizando em meio à intensa disputa política, o clube sofria com os resultados dentro de campo e o estádio com os maus tratos, em um cenário de desolação.
Com o apelo e a força da torcida do Náutico, o projeto e as primeiras movimentações para a reforma do estádio começaram em 2017. Mas foi na atual gestão executiva do clube, que a requalificação e modernização dos Aflitos saíram do papel de fato. O resgate do orgulho do torcedor alvirrubro, evidenciado na volta a casa em amistoso internacional contra o Newell’s Old Boys, em dezembro do ano passado, é motivo de orgulho para a diretoria, que almeja novos dias de glória para o Eládio.
A PONTUAÇÃO DO NÁUTICO RODADA A RODADA
“A gente vê uma paixão desenfreada e quase sem uma possibilidade de definição quando se fala dos Aflitos. Na verdade o Náutico não resgatou os Aflitos, os Aflitos resgatou o Náutico. O fato dele ter ficado abandonado, de lado, proporcionou todo um movimento. Quando o estádio estava em obras, na verdade era o clube que estava sendo reformado. O Náutico estava nascendo da reforma dos Aflitos. Todo esse movimento em torno dos Aflitos é que está fazendo o Náutico ressurgir”, acrescentou Diógenes.