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O amor de todas as gerações pelo Central

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 16/06/2019 às 7:40
O Central tem uma torcida apaixonada que sempre apoiou o time.. Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem
O Central tem uma torcida apaixonada que sempre apoiou o time.. Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Por Leonardo Vasconcelos, da editoria de esportes do Jornal do CommercioNeste domingo (16), no quarto e último dia da série de reportagens “Paixão Centenária”sobre o centenário do Central, comemorado ontem, você vai conhecer histórias de torcedores que nunca abandonaram o time e sempre apoiaram a equipe mesmo nos momentos difíceis

Nove de maio de 2019, 18h, Lacerdão, Caruaru. Há exatamente uma semana, em pleno período de festa junina, 870 torcedores foram ao estádio para acompanhar a partida entre Central e Atlético-CE, pela última rodada da primeira fase da Série D do Campeonato Brasileiro, acreditando no que muitos achavam impossível. A Patativa precisava vencer o forte adversário, líder e até então invicto, e ainda contar com uma combinação de resultados, para se classificar para a segunda fase. Com a ajuda dos poucos, mas fieis torcedores, o alvinegro ganhou por 1x0, passou de fase e ontem, na data em que completou 100 anos, disputou o primeiro jogo da segunda fase, em casa, contra a Jacuipense.

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O resultado da partida em si nem importou tanto. O fato de ter conseguido a heroica classificação na semana anterior foi a verdadeira vitória. Principalmente para a torcida, que mostrou não ter abandonado o clube agora centenário. O Jornal do Commercio esteve presente no estádio na que se desenhava ser uma trágica partida que poderia ter significado a desclassificação do torneio nas vésperas do aniversário de 100 anos. Acompanhou todo o sofrimento nas arquibancadas vazias, mas ao tempo cheias (de fé). Registrou tanto a tensão quanto o alívio no gol de Paulinho Mossoró aos três minutos do segundo tempo. E claro a catarse no apito final que significou a inesperada (menos para os presentes) passagem de fase da Patativa. É somente por conta destes apaixonados torcedores que o Central conseguiu completar um século de história e é por isso que eles merecem ter suas histórias contadas no primeiro dia após o festejado centenário.

O DIA DA CLASSIFICAÇÃO

Perto da bilheteria lá estava Zenóbio Ribeiro. O instrutor de auto escola já deu várias provas do seu amor pela Patativa. Escreveu um livro intitulado “Meu Central, meu orgulho, minha paixão”, coleciona camisas desde 1986 e em 2001 pintou todo o estádio em duas semanas com a ajuda de um amigo, de graça para o clube. Mas um dos seus maiores motivos de orgulho foi o de ter associado o neto Kawã apenas duas horas depois do seu nascimento, no dia 2 de agosto de 2009. “Ele nasceu às 12h35 e às 14h40 ele já era sócio do Central. Guardo até hoje o recibo da primeira mensalidade dele no valor de R$ 20. Isso marcou a minha história como vovô, como apaixonado pelo Central. Poder transmitir esse amor não tem preço”, disse Zenóbio.

Próximo das catracas os poetas Jefferson Moisés e Jénerson Alves exibiam com orgulho o cordel que fizeram em homenagem ao centenário do clube. “Sou Central de coração e não poderia deixar passar essa oportunidade de homenageá-lo em forma de poesia”, disse Jefferson.

No fim do primeiro tempo, o aposentado Glauco César estava naturalmente apreensivo com o 0x0 do placar que desclassificava a Patativa. Ainda assim aceitou falar rapidamente sobre sua paixão. Ao lado da esposa e filho, devidamente com as camisas alvinegras, ele explicou que a sua ligação com o clube é antiga. “Minha família é toda centralista, meus tios e primos jogaram no Central. Tutu, que foi um dos maiores craques da história do time. Teve também Zezinho e Fernando. Esse amor vai durar toda a minha vida e já está passando de geração para geração. O Central sempre vai ficar eternamente nos nossos corações”, contou Glauco.

Apenas dois minutos depois de terminar de falar, Glauco e os outros 869 presentes explodiram em alegria com o gol de Paulinho Mossoró logo no início do segundo tempo. O tento não só impunha a primeira derrota do Atlético-CE, como credenciava o alvinegro a passar de fase, a depender dos outros resultados. Minutos de tensão acompanhados de orelhas grudadas no rádio e olhos divididos para o campo e celulares, em busca de informações dos demais jogos. Bastante inquietas e angustiadas estavam as torcedoras também.

Apesar da natural dificuldade de concentração, elas fizeram questão de dizer a razão de estarem ali. “Aqui só estão os verdadeiros torcedores do Central, os que largam tudo, festa, compromissos, tudo para apoiar o time. A presença feminina vem aumentando cada vez mais pra mostrar que nós mulheres também amamos este clube. Este amor não depende de sexo, nem idade. O Central é a paixão das nossas vidas”, afirmou a administradora Sara Veríssimo.

Provas de amor recompensadas após o sinal sonoro de um apito. Partida encerrada, festa em Caruaru. E desta vez não por conta do São João. Os fogos partiram do estádio e não do Pátio do Forró. Quem dançou foi o adversário.

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