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Brasil prepara segurança para Copa América com foco nos 'barrabravas'

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 11/06/2019 às 13:50
Foto: Reprodução
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Da AFP - O Brasil vai impedir a entrada no país de torcedores violentos e vai aplicar tecnologia de reconhecimento facial nos estádios durante a Copa América que começa no dia 14 de junho. O país não é nenhum novato na organização de megaeventos esportivos: foi sede da Copa das Confederações 2013, da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos Rio-2016, sem maiores sobressaltos.

"Com toda a expertise dos grandes eventos que já fizemos, posso garantir que nós temos condições totais de termos uma Copa América segura", disse à AFP César Martinez, diretor de Operações Integradas no Ministério de Justiça e Segurança.

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Filtros contra os 'barrabravas'

A Copa América 2019 será disputada de 14 de junho a 7 de julho por dez seleções da região e os convidados Japão e Catar, em cinco cidades: Rio, São Paulo, Porto Alegre, Salvador e Belo Horizonte. Além do cuidado especial que requerem as delegações esportivas, as autoridades e os turistas, o foco estará focado em impedir que os 'barrabravas' (os torcedores violentos) entrem na festa.

O primeiro filtro será nos aeroportos, portos e fronteiras terrestres. Os torcedores com antecedentes criminais em seus países serão parados no controle migratório. A Argentina forneceu uma lista de 5.000 barrabravas. Essa base de dados, junto com a de outros países, "é atualizada diariamente", disse Martinez.

O segundo filtro estará nos estádios, que vão contar com tecnologia de reconhecimento facial.

"Trabalhamos em parceria com os organismos de segurança pública e Interpol para impedir que um indivíduo indesejado, que já tenha causado distúrbios ou possa causá-los, entre nos estádios", disse Hilario Medeiros, gerente de Segurança do Comitê Organizador Local (COL) da Copa América.

A vigilância nos estádios vai ficar a cargo de 10.000 agentes de segurança privada contratados pelo COL, informou Medeiros. Os entornos serão vigiados pelas polícias de cada estado.

A presença de torcedores violentos "será um dos principais desafios", mas "as equipes de segurança tiveram um aprendizado significativo durante os últimos grandes eventos", disse à AFP Caio Torres, especialista em segurança da Control Risks em São Paulo.

O esquema inclui um estudo cuidadoso dos trajetos dos ônibus de esportistas e torcedores, levando em conta os incidentes registrados durante a final da Libertadores em 2018 em Buenos Aires, quando o ônibus que transportava os jogadores do Boca foi apedrejado por torcedores do River e a partida teve que ser suspensa para ser disputada semanas mais tarde em Madri.

Batalhão de cães e franco-atiradores

Aeroportos, hotéis, centros de treinamento, estádios, rotas das delegações, pontos turísticos e de aglomeração de público terão a segurança reforçada. Muitas medidas já foram colocadas em prática de forma discreta em partidas da liga brasileira ou da Libertadores, de acordo com a imprensa local.

O jogo de abertura entre Brasil e Bolívia, na sexta-feira no estádio Morumbi em São Paulo, terá um efetivo reforçado, devido à possível presença do presidente Jair Bolsonaro. A proteção ao chefe de estado é mais rigorosa desde a facada que quase tirou a vida de Bolsonaro durante um ato de campanha em setembro do ano passado.

O Batalhão de Ações com Cães (BAC) vão vasculhar as instalações em busca de possíveis bombas e franco-atiradores serão posicionados dentro e fora do estádio.

"Nosso serviço de inteligência estuda todas as hipóteses e estamos preparados para enfrentar qualquer emergência", mas não foi detectado até o momento nenhum sinal de preparação de atentados, esclareceu na quinta-feira o general Carlos Sérgio Cámara Saú, coordenador do centro de Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Diferente dos Jogos Olímpicos de 2016, desta vez não haverá militares patrulhando o Rio de Janeiro. As Forças Armadas poderão atuar "em casos excepcionais", afirmou César Martinez, mas "não está prevista sua atuação no plano normal", indicou.

A venda de bebidas alcoólicas nos estádios, permitida na Copa do Mundo, desta vez ficará a critério de cada estado. Em São Paulo, por exemplo, vai estar proibida.

Greves e protestos

Os sindicatos convocaram uma greve geral na sexta-feira 14, dia da abertura da Copa América, contra a reforma da previdência proposta pelo governo. Por enquanto não se sabe se o movimento será seguido e se haverá protestos.

Mas para Caio Torres, não existe um risco parecido com o de 2013, quando milhões de manifestantes foram às ruas durante a Copa das Confederações para protestar contra o gastos com dinheiro público nos megaeventos esportivos em um país com enormes desigualdades e serviços públicos de má qualidade.

"No momento não parece haver uma identificação entre a insatisfação da opinião pública e a Copa América, como ocorria em 2013", apontou o especialista.

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