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Copa do Mundo Feminina chega com adversidades de contos de fadas

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 03/06/2019 às 7:57
A seleção brasileira luta contra o recente retrospecto. Foto: Divulgação/CBF
A seleção brasileira luta contra o recente retrospecto. Foto: Divulgação/CBF

Pela estrada afora, elas não vão sozinhas, mas em grupos de onze, sem adormecer ou perder o sapatinho de cristal. Ou melhor, a chuteira de cristal. Na terra da Cinderela, Bela Adormecida e Chapeuzinho Vermelho, 552 mulheres trocam os bosques e os castelos pelos gramados dos estádios e disputam a Copa do Mundo França 2019. Além de enfrentarem umas as outras nos gramados, outros vilões tentam dificultar a missão de levar a cesta para a vovózinha. Ou melhor, conquistar espaço, além do troféu. Não são lobos, bruxas ou madrastas más.

Em mais um Mundial, 24 seleções femininas do mundo vão encarar outra vez o abismo entre elas e eles. A Fifa até tentou ser fada madrinha e aumentou a premiação na oitava edição do torneio que acontece desde 1991. Mas, os 30 milhões de dólares distribuídos na competição não representam nem 10% dos 400 milhões de dólares pagos na Copa do Mundo Rússia 2018, o torneio deles.

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Ao invés de ajudar o desenvolvimento do futebol feminino com sua varinha de condão, a Fifa foi uma madrasta má para a seleção anfitriã. Às vésperas da Copa, na última semana, as francesas precisaram deixar o centro de treinamento de Clairefontaine para que a seleção masculina se prepare para um amistoso. A preferência, segundo a técnica Corinne Diacre, tentando amenizar a situação, é deles. A entidade máxima do futebol, segundo o jornal Le Parisien, afirmou que deixar as donas da casa no CT daria mais vantagens em relação às adversárias.

Na primeira fase, as anfitriãs integram o Grupo A junto à Noruega, Coreia do Sul e Nigéria. Em ascensão, são as grandes favoritas da chave e também do Mundial, buscando seu primeiro título. Mas, o protagonismo desse conto de fadas moderno, com menos de 30 anos de existência, é dividido com adversárias já tradicionais na modalidade, como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e Japão. Seis títulos da Copa, inclusive, estão neste hall: três das norte-americanas, duas das alemãs e um das japonesas. A Alemanha, inclusive, é a atual campeã olímpica, tendo conquistado o ouro em 2016 no Maracanã, nos Jogos do Rio de Janeiro. A Holanda, por sua vez, chega com a pompa de atual campeã da Eurocopa.

Para as brasileiras, sobra pouco espaço na carruagem que leva as equipes para a disputa. Com uma sequência de resultados negativos antes da competição e sob o comando do técnico Vadão, o Brasil chega em uma abóbora: são dez derrotas em doze jogos de julho do ano passado até agora. As mais recentes para Espanha e Escócia, equipes aquém do nível brasileiro. Se quer avançar de fase e, no mínimo, repetir o vice de 2007, é preciso acordar para enfrentar Austrália, Itália e Jamaica no Grupo C.

Afinal, o baile não acontece por mágica e, com a bruxa solta, o Brasil ainda precisa correr contra o tempo com a atacante Marta. A jogadora eleita seis vezes melhor do mundo sofreu uma lesão no dia 24 de maio e desde então realiza fisioterapia para ficar bem a tempo da estreia e entrar no grande salão chamando atenção de todos. Sem deixar os triunfos para trás ao final das partidas. Antes que o relógio bata os 90 minutos e os cavalos tornem a ser ratos.

Por outro lado, há o mínimo que se comemorar do lado oposto do oceano. Pela primeira vez, a Copa do Mundo de Futebol Feminino terá transmissão na TV aberta em solo nacional. Demorou, mas bem menos do que os 100 anos esperados por Aurora para acordar. Os jogos do Brasil serão televisionados, dividindo o destaque com os homens que jogam mais um continental. Por isso, vale anotar na agenda. No dia 9 de junho, o próximo domingo, o embate com a Jamaica às 10h30. Quatro dias depois, o jogo é contra a Austrália, às 13h. Por fim, no dia 18 de junho, as italianas são as adversárias, também às 16h.

Mal sabia Charles Perrault o que as meninas francesas, brasileiras e de mais 23 nacionalidades iriam enfrentar mais do que lobos, bruxas e madrastas más. Adversidades encaradas na ponta das chuteiras e dentro dos verdes gramados da França. Em estádios.

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