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Fora de Campo: Rafael Thyere fala em "separar momentos"

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 26/05/2019 às 8:05
Rafael Thyere destacou que é preciso pensar também em jogadores de clubes menores. Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem
Rafael Thyere destacou que é preciso pensar também em jogadores de clubes menores. Foto: Brenda Alcântara/JC Imagem

Em conversa com a repórter Karoline Albuquerque para o quadro Fora de Campo, do Movimento Esportivo, novo programa da Rádio Jornal, o zagueiro do Sport, Rafael Thyere, falou sobre como separar o pessoal do profissional.

JORNAL DO COMMERCIO: Sem levar o futebol para casa, como é o dia a dia?

RAFAEL THYERE: É meio complicado. A gente convive muito com a pressão por resultados, muitas vezes é difícil de tirar do dia a dia dentro de casa. Muita gente confunde um pouco as coisas. O momento em que você pode ser cobrado, na minha opinião, é no seu trabalho, dentro de campo, no dia de um jogo. Mas eu tento não levar mais isso para minha casa, para os meus passeios, meus momentos com a família. Eu acho que é muito importante para nossa vida. Saber colocar isso na balança: o momento que a gente pode falar sobre futebol, no seu trabalho, mas no momento de chegar em casa, com sua filha, sua esposa, seus pais, com quem que seja, você tem que aproveitar bem. A gente sabe que o futebol tem essa paixão, mas tem que saber diferenciar os momentos em que pode ter essa cobrança e o momento que a gente tem que deixar o atleta curtir o momento pessoal com a família.

JC: Quando você fala nesse momento de lazer, é mais sair para jantar, um cinema. Dá para ir em show, coisas assim?

RT: Na minha opinião, poderia. Tem o momento profissional, que é ir treinar, ser cobrado pelo treino. Vai jogar, é cobrado pelo jogo. Mas o jogador, além de qualquer coisa, é uma pessoa normal da sociedade. Pode curtir os momentos dele. Quem gosta de sair para uma festa, saber o momento certo também de fazer isso. Eu sou muito tranquilo, curto mais programas familiares com a minha esposa, minha filha. Um jantar. Sou de João Pessoa, estou agora perto aqui no Recife, quando dá vou ver minha família, vou à praia. São programas mais tranquilos, mas também respeito quem gosta de ir em festa, tomar uma cerveja. Sem problema nenhum.

JC: Por causa do futebol você já morou em várias cidades: Chapecó, Porto Alegre, Jundiaí. Qual dessas deu para aproveitar mais esse lado alternativo, sem futebol?

RT: Chapecó é um exemplo de cidade para mim. Foi a primeira vez que sai com minha esposa e pude curtir esse momento família sem tanta pressão. Lá o pessoal, não sei se pela cidade, respeitava bastante os momentos da gente. Lá tive a minha filha também. A gente passou dificuldades no campeonato, nos salvamos na última rodada, e mesmo assim consegui curtir a cidade, que é muito boa para se morar, curti o nascimento da minha filha. A primeira vez que tínhamos saído de Porto Alegre. A gente no começo ficou um pouco assim, mas foi muito positivo a receptividade. Porto Alegre, pela cobrança que tem Inter e Grêmio, era mais complicado. O pessoal respeitava muito. Aqui em Pernambuco estou há pouco tempo, três ou quatro meses, ainda não pude saber bem como são esses momentos com a família.

JC: Você já conhecia o Recife?

RT: Conhecia o Recife de vir jogar campeonatos aqui, já que sou de João Pessoa. A gente vinha jogar campeonato de futsal, então já tinha vindo, mas nunca para ficar tanto tempo que nem eu estou agora.

JC: Alguma coisa te surpreendeu na vida aqui?

RT: Até agora nada me surpreendeu positivamente nem negativamente.

JC: Ficou preso em engarrafamento?

RT: Sim. O trânsito daqui é bem complicado. Morei muito tempo em Porto Alegre. Minha esposa falou muito que o trânsito daqui é bem complicado para andar.

JC: Você joga desde pequeno futsal. Você acha que teria alguma oportunidade na vida de fazer alguma outra coisa que não fosse futebol?

RT: Até no começo meu pai não era muito para que eu saísse. Ele dizia que jogador era um em um milhão. Sempre, desde o começo. Minha mãe, meu pai também, mas ele era mais de ter que estudar. Na época era Ronaldo, Romário, era um em um milhão. Para eu poder jogar, tinha que ter notas boas. Meu pai não deixava eu ir treinar se eu não tivesse notas boas, se acontecesse alguma coisa na escola não iria no treino. Sempre fui um cara que foquei muito no estudo para poder jogar, mas meu sonho sempre foi ser jogador de futebol. Eu ia treinar, minha mãe levava no futsal e eu me via naquilo ali. Quando fui para Jundiaí, passei no teste, meu pai perguntou se era realmente aquilo que eu queria. No momento falei que ia voltar porque tinha visto o quanto era difícil. Não é fácil ficar longe da família, em alojamento, com dificuldades, porque era clube do interior. Apesar da estrutura boa, tinham muitas dificuldades também. Sair de casa com 13 anos em busca de um sonho, sem saber se você vai voltar com algo ou não, sozinho, seu pai deixando você e saindo, é bem difícil. Fiquei, foquei. Sempre tive isso na cabeça de não voltar a João Pessoa sem dar algo a eles. Tudo que eles fizeram por mim e fazem até hoje, eu teria que dar uma resposta e devolver tudo que fizeram por mim.

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