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Ademir Cunha: os sons de um estádio vazio

Fernando Castro
Fernando Castro
Publicado em 10/03/2019 às 18:44
América e Náutico jogaram sem a presença de torcedores no Ademir Cunha. Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem
América e Náutico jogaram sem a presença de torcedores no Ademir Cunha. Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem

A batida da bola, o apito do árbitro e muitas orientações. Basicamente esses foram os sons que entoavam no estádio Ademir Cunha com as arquibancadas completamente vazias. Sem a presença dos torcedores, os jogadores de América e Náutico buscavam de formas diferentes criar o clima de jogo, decisivo de diferentes maneiras para as duas equipes.

De fora do estádio, a cidade de Paulista, localizada na Região Metropolitana do Recife, ainda vivia o clima de carnaval, que se encerrou oficialmente há cinco dias. Músicas de artista como Alceu Valença e da banda Nação Zumbi tocavam até pelo menos minutos depois da bola rolar para o primeiro tempo. Ainda era festa no município.

Com a bola rolando, muitos gritos. Dos dois lados. "Adianta"; "Organiza"; "Olha o ladrão"; "Aperta"; eram os principais. Pelo América-PE, o goleiro e capitão Gerson era o jogador que mais passava orientações, mesmo de longe. Com o time podendo ser rebaixado ao final da partida (o que de fato ocorreu), os jogadores do Mequinha eram mais vibrantes, enérgicos, no confronto, mesmo com qualidade técnica inferior aos do Timbu.

Pelo lado do Náutico, o peso e a pressão era menor, apesar do técnico Márcio Goiano ter deixado claro a importância do duelo para a classificação. Além do comandante alvirrubro, entre os jogadores, o também capitão Josa, atuando mais uma vez na lateral esquerda, era quem mais falava, ao lado do meia Danilo Pires.

E quando jogadores conseguiam criar boas oportunidades ofensivas? Os aplausos e as palavras de incentivo vinham diretamente dos respectivos bancos de reservas. Entre os treinadores, Wilton Bezerra se comunicava mais, com a ajuda do auxiliar técnico Luciano Ribeiro. Mesmo mais contido, Márcio Goiano também buscava orientar os atletas.

O clássico da técnica e disciplina, como é conhecido o confronto entre América-PE e Náutico, ficou defendo nos dois quesitos. A melancolia das arquibancadas parecia contagiar a parte técnica do jogo, mesmo com o esforço dos jogadores. Na questão disciplinar, muitas faltas, e as reclamações e discordâncias das marcações do árbitro, como de costume em jogos, entoavam em um estádio vazio.

Na segunda etapa da partida, o clima foi ficando cada vez intenso, ou tenso. Os jogadores do Náutico voltaram a campo claramente mais agitados. A vibração conjunta no gol marcado pelo zagueiro Suéliton foi prova disso. Parecia um peso a menos. E era. Principalmente para o jogador, que errava na defesa.

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GOLPE

O América sentiu o golpe. Parecia que os atletas corriam contra o tempo, contra o rebaixamento. A bola na trave depois da cobrança de falta de Índio deve estar sendo lamentada até agora pelos profissionais esmeraldinos. O som da bola ao se chocar no travessão se juntou com o clima melancólico do estádio.

O cenário de melancolia casava perfeito com o que o jogo representava para os donos da casa. Com a derrota e apenas um ponto somado na competição, o América está rebaixado e vai disputar em 2020 a Série A-2 do Campeonato Pernambucano.

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