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Sem autorização da CBF, Atlético-PR fez manifestação pró-Bolsonaro e pode ser punido

Tiago Morais
Tiago Morais
Publicado em 10/10/2018 às 9:56
Atlético-PR pode ser multado por manifestação pró-Bolsonaro. Foto: Miguel Locatelli/ CAP
Atlético-PR pode ser multado por manifestação pró-Bolsonaro. Foto: Miguel Locatelli/ CAP

A Procuradoria do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) pretende denunciar o Atlético-PR após a polêmica na partida contra o América-MG, no sábado, na Arena da Baixada. Mesmo sem autorização da CBF, o clube paranaense entrou em campo com uma camisa amarela com a frase "Vamos todos juntos por amor ao Brasil", em alusão ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

Presidente do STJD, Ronaldo Piacente explicou a situação e como o órgão pode agir. O fato da manifestação ser política não é exatamente o problema. "O Atlético-PR fez um pedido à CBF para realizar uma manifestação em campo. A CBF negou, pois o pedido foi realizado depois do prazo de 48h previsto em regulamento. Mesmo sem autorização, o time entrou com a camisa em alusão ao Bolsonaro. O STJD pode, sim, julgar a motivação. O Código da FIFA fala em punição para manifestação política. Mas neste caso, a denúncia é sobre a falta de autorização, que é uma infração à competição", declarou.

A Procuradoria do STJD poderia capitular a equipe dentro do código da FIFA, já que o CBJD não prevê a situação, mas a princípio, essa não é a ideia. "É uma coisa nova. A FIFA fala mais em manifestação da torcida, e não podemos julgar se não há previsão legal. A Procuradoria pode denunciar um clube dentro do código FIFA, mas seria difícil nesse caso. Não podemos levar para a política partidária. É um descumprimento de negativa da CBF que fere o regulamento", declarou.

Procurada pela reportagem, a CBF explicou que o conteúdo do pedido do Atlético-PR não foi negado por ser uma manifestação política, e que sequer foi avaliado, pois chegou após o prazo de 48h antes do jogo (no fim da tarde de sexta). O prazo é necessário por uma questão de protocolo, tempo de jogo e horário da partida, além da parte de marketing, que envolve contratos de TV e patrocínio.

Questionada pela reportagem do Estadão, se aprovaria manifestações políticas, a CBF preferiu não entrar em detalhes. "Não trabalhamos nem vamos comentar hipóteses. O caso foi ausência de prazo. Precisamos manter um protocolo para não haver problemas como no passado, de questões de exposição de marcas concorrentes aos patrocinadores", disse, em nota.

Na súmula após o jogo, o árbitro Raphael Claus (FIFA/SP) registrou o acontecimento. "Informo que a equipe do Atlético Paranaense adentrou ao campo de jogo para o Hino Nacional com uma camisa de cor amarela por cima da camisa de jogo, com os seguintes dizeres "# vamos todos juntos por amor ao Brasil".

Conhecido por ser o atleta mais engajado do futebol brasileiro, o zagueiro Paulo André foi o único a não entrar em campo com a camisa. Um dos líderes do Bom Senso FC, ele se negou a usar e manteve um agasalho sobre a mensagem.

Não é a primeira polêmica

Em julho, o STJD puniu o Atlético-PR por conta do uso de um celular em campo pelo goleiro Santos. À época, os paranaenses sequer procuraram a CBF para pedir autorização. Como a entidade não autorizou a manifestação, o clube, que é reincidente, pode ser multado em até R$ 100 mil, conforme o artigo 191-III do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que fala em "deixar de cumprir o regulamento de competição".

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