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Juninho Pernambucano diz maioria dos jornalistas não conhece futebol

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 05/10/2018 às 15:59
Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook

Numa longa e sincera entrevista ao El País, o ex-jogador e ex-comentarista Juninho Pernambucano contou o quanto morar na França durante tanto tempo despertou sua consciência política e o fez enxergar o individualismo dos brasileiros. Tudo por conta do futebol, que, para ele, salvou sua vida. O ídolo do Vasco e do Lyon também comentou sobre sua relação com a imprensa após o episódio que o levou a pedir demissão da função da Rede Globo e criticou a fala de conhecimento dos jornalistas sobre muitos aspectos relacionados ao jogo e ao jogador. Hoje, mora em Los Angeles, nos EUA, com toda família. Aos 43 anos ele está prestes a se tornar avô pela primeira vez.

Juninho lembra que achava o brasileiro um povo solidário, mas mudou seu conceito ao mudar-se para a França. Vi jogador mais novo receber proposta para ganhar o dobro em outro clube e recusar porque era da cidade. Só olhava pelo lado financeiro. Vi também jogadores que saíram de países muito mais pobres que o nosso, em guerra civil, terem mais respeito ao próximo e educação que a gente. Nós somos muito gananciosos. Só sei disso porque morei fora do Brasil. O futebol me ensinou a enxergar o mundo. Quem salvou minha vida foi o futebol."

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O ex-jogador foi questionado sobre o que viu de sua relação com jornalistas do outro lado das câmeras, quando virou colega de trabalho deles. Se disse surpreso com a falta de conhecimento e humildade. "O futebol mudou muito. Chegaram a ciência, a nutrição, a psicologia, a análise de desempenho… Hoje o jogador corre muito mais, tem mais músculos, reage mais rápido. O espaço no campo ficou reduzido. Só que a imprensa ainda não entendeu essa evolução. Não são todos, mas a maioria dos jornalistas desconhece o jogo."

Esses dois fatores, continua, desaguam numa cruzada contra a evolução do futebol e quando criticou a relação de setoristas com os clubes e foi repreendido ao vivo a relação terminou azedando de vez. "Em pleno ano de 2018, sofri censura ao vivo na TV. Nenhum jornalista me defendeu.(...) Se eu fui censurado e ameaçado, significa que toda a imprensa também foi, meu amigo. E ninguém compreendeu isso, talvez por ignorância ou medo de perder o emprego." Antes da crítica já havia tido algumas discussões com repórteres e narradores. "Bem pesadas, de dedo na cara".

Mesmo com curso de gestão da UEFA, Juninho não pensa em voltar ao futebol no momento. O Lyon, onde conquistou sete campeonatos franceses seguidos e tornou-se uma lenda, já fez um convite. "Recebi uma proposta do Lyon, mas preferi esperar. Tenho capacidade para ser dirigente, só que, pela bagunça total no Brasil e pelo que conheço da imprensa, não faria isso agora."

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