Por Wladmir Paulino
@wladmir_paulino
O Sport Club do Recife é uma entidade privada e, como tal, tem direito a fazer o que quiser com seu patrimônio - desde que o estatuto seja respeitado. Por isso, o fato de limitar o acesso ao treino desta quinta-feira (4) apenas para sócios e seus dependentes não pode ser condenado. Mas é impossível não ver na justificativa apresentada pelo diretor de futebol Aluísio Maluf uma clara falta de sintonia com o momento atual do time no Brasileirão.
É claro que o Sport precisa aumentar seu corpo associado. Uma receita fixa e fiel é tudo que um clube sócioesportivo precisa, mas é preciso sensbilidade e inteligência para entender o momento. A disposição do torcedor obedece, primeiro, ao critério econômico - não comprometer o orçamento familiar. Depois, entra o humor, que vai variar de acordo com o desempenho dentro de campo: quanto melhor o time estiver jogando, maior a probabilidade de chegar gente nova.
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O atual momento leonino é o pior dos últimos cinco anos e pensar em aumento de receita em pleno mês de outubro, com o time afundado na zona de rebaixamento só fez irritar ainda mais os torcedores, como bem atestam os comentários nas redes sociais. "Sou sócio, e repudio a forma vergonhosa como vocês de dentro do Clube estão tratando o povo. O Sport e de todos!", reclamou um. "Pelo bem do Sport parem de tentar afastar a torcida...", respondeu uma torcedora.
O clube precisa e precisará sempre de dinheiro. Mas neste momento a necessidade maior de pontos e um dos caminhos para esses pontos chegarem é um apoio maciço de sócios, não-sócios, torcedores e simpatizantes. O pedido do técnico Milton Mendes é louvável por tentar criar um ambiente de união e, principalmente, carinho para os jogadores.
Fogo amigo, a essa altura do campeonato, é tudo que o clube não precisa.
