Para quebrar paradigmas no futebol, esporte predominantemente masculino - ainda -, uma árbitra transgênero fará a sua estreia neste domingo (26), em uma partida na Inglaterra. Aos 46 anos, Lucy Clark será a primeira juíza de futebol transgênero da história. Ela concedeu entrevista ao jornal britânico Sunday Mirror, revelando sua expectativa para o jogo, e a ansiedade para saber de que maneira será recebida pelos torcedores.
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Confira a publicação
"Sou a primeira árbitra transgênero do futebol", diz o título da publicação. Foto: Divulgação/Sunday Mirror
Lucy admitiu estar com receio pelo que a espera nos estádios, mas está confiante para que todos a aceitem como ela é. "Com os jogadores eu posso lidar, posso apenas dar cartões amarelos ou vermelhos pra eles. Com os fãs é que os problemas podem surgir, estou me preparando para os comentários depreciativos", afirmou Clark.
Casada Avril, uma mulher com quem teve três filhos, Lucy afirmou que passou pelo menos 30 anos para entender que era uma mulher com corpo de homem. Foi quando ela iniciou o processo para mudar de gênero.
Abatimento
Lucy Clark enfrentou vários obstáculos, sobretudo emocionais para compreender sua condição. Ela chegou a tentar suicídio. "Eu costumava ir dormir desejando nunca mais acordar. Havia um grande bloco de apartamentos na estrada onde eu morava. Em mais de uma ocasião eu ficava no topo e pensava em acabar com tudo isso. Tomei comprimidos e bebi álcool e acabei tendo meu estômago lavado", revelou em entrevista ao Sunday Mirror.
Transformação
Depois de superar as dificuldades, o próximo passo de Lucy Clark será a cirurgia de mudança de sexo. "Eu uso hormônios há três anos. No próximo ano estarei fazendo uma cirurgia. Eu não quero feminização facial", explicou.
Futebol
Lucy Clark apitará jogos femininos inicialmente, mas ela deseja trabalhar com os homens também. A Federação Inglesa de Futebol (FA), apoiou a história de Lucy. Uma nota publicada pela entidade defende que o futebol é para todos. "A FA apoia totalmente a Lucy e qualquer outra pessoa que queira participar do futebol em seu gênero preferido. O futebol é para todos e em 2014 A FA anunciou uma política, além de um guia de informações distribuído a todos os clubes, para incentivar as pessoas trans a participarem do futebol", diz o comunicado.
