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No palco dos gramados, o Náutico era a grande paixão de José Pimentel

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 14/08/2018 às 15:15
Foto: Divulgação
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Por Wladmir Paulino

O teatro foi a maior, sem dúvida, mas o coração do ator José Pimentel, morto nesta terça-feira (14), também tinha um espaço enorme para o futebol. Sendo mais específico, para o Clube Náutico Capibaribe. Embora nunca tenha se arriscado a representar um jogador ele batia suas peladas três vezes por semana até meados dos anos 2000, ora no papel de Caiçara, ora encarnando Bizu, dois nomes lendários da constelação vermelha e branca.

"Jogo bola três vezes por semana. No começo, atuava na zaga, com a força de Caiçara. Agora que estou menos novo, fico no ataque como Bizu, doido por uma banheira", disse, alegando contar nessa época com 33 anos - a idade de Cristo ao ser crucificado, quando, na verdade, tinha 64.

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Em março de 1998, às vésperas de um Clássico dos Clássicos com Náutico e Sport invictos, o eterno Jesus falou ao Jornal do Commercio. Na época, o Timbu sofria com nove anos sem levantar uma taça e o ator metaforizava seu personagem mais famoso com o sentimento dos torcedores. "O alvirrubro está pagando os pecados pelo Hexa. Eu, que sou especialista em carregar cruz, sou o símbolo desta torcida", disse.

Embora sua relação com o esporte bretão fosse apenas como torcedor, ele entendia o futebol como algo bem próximo do teatro. Afinal, cada jogador em campo representava um papel diferente. E todos, sempre ansiavam pelo aplauso ao cair do pano/soar o último apito do juiz. "Ambas precisam do público. Os aplausos são vitais. Quando eu encenei a Paixão no Arruda, foi se como tivesse marcado um gol", contou ele, que, nessa época já havia deixado a tradicional encenação em Fazenda Nova.

Ele também comentava do incômodo que sofria quando o Náutico perdia para o Sport. "Perder para o Sport é um inferno, um martírio. Eles aparecem de todos os cantos para lhe incomodar." Mas fazia questão de enfatizar que era José Pimentel quem encarnava a rivalidade. Jesus abençoava todos. "Se dependesse de Jesus todos seriam campeões".

Atleta

As primeiras vezes que encarou o público, José Pimentel era um atleta, mas não de futebol. Mais jovem, gostava de levantar peso. Isso nos anos 1950 quando via halterofilisas exibindo seus músculos na praia. Entrou de cabeça e mudou o corpo, chegando ao ponto de ser vice-campeão no Campeonato pernambucano de Melhor Físico Juvenil. Ele ficou em primeiro numa das premiações por categoria, sendo eleito "a melhor perna".

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