Se os o mundo se agitou com o anúncio da contratação de Cristiano Ronaldo pela Juventus-ITA, os trabalhadores da Fiat-Chrysler(FCA) também, mas por um motivo diferente. Em protesto pela compra do atacante português pela Juve, o sindicato Unione Sindicate di Base convocou uma paralisação, prevista para ocorrer entre às 22h do próximo domingo e às 18h de terça-feira na fábrica de Melfi.
A revolta dos sindicalistas é pelo motivo de que a transferência do atleta, que envolve altos valores, teria sido intermediada pela fabricante de automóveis, patrocinadora do clube.
Em comunicado no seu site e nas redes sociais, o sindicato diz que os trabalhadores da Fiat "deram uma fortuna" nas últimas três gerações a seus patrões, que, no entanto, foi retribuída com uma "vida de miséria". "A empresa deveria colocar os interesses dos seus empregados em primeiro lugar, mas se isso não acontece é porque preferem o mundo do futebol e do entretenimento em detrimento do resto."
Fca Melfi, Usb: di fronte a tanta iniquità non si può che scioperare! https://t.co/LvDxYpTibp
— USB Sindacato (@usbsindacato) 11 de julho de 2018
Ainda na nota, falam que a categoria diz que "não é aceitável" que os trabalhadores continuem a se sacrificar economicamente, enquanto a empresa gasta "milhões de euros com um jogador". O documento relata que a instrução da companhia é a de que as famílias "apertem o cinto", mas depois investe grandes montantes com apenas um nome. "Acham justo? É normal uma pessoa ganhar milhões, enquanto milhares de famílias no meio do mês já quase não têm dinheiro?", questionou a entidade, acrescentando que essa diferença de tratamento não pode continuar.
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Ligação da familía Agnelli e a Fiat
A ligação entre a Juventus e a Fiat-Chrysler é intrínseca. A Jeep, marca de propriedade deste grupo FCA, rende um patrocínio de 26,5 milhões de euros anuais ao clube para estampar o seu nome em local nobre do uniforme da equipe de Turim. E as duas empresas tem o mesmo acionista majoritário: a família Agnelli.
Presidente da Juventus, Andrea Agnelli é hoje membro do conselho de diretores da Fiat-Chrysler e é um dos herdeiros do império criado pela famosa montadora italiana, fundada por Giovanni Agnelli, em 1899. O pai de Andrea, Umberto Agnelli, foi CEO da Fiat entre 1970 e 1976, senador italiano e também já presidiu a Juventus. Antes disso, Gianni Agnelli, irmão de Umberto e neto de Giovanni, chefiou a montadora entre 1966 e 2003, ano de sua morte.