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Torcida croata se reconcilia com sua seleção, pelo menos por ora

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 11/07/2018 às 13:59
Foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP
Foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

Da AFP - "Oramos a Deus para que todos percam": essa antiga pichação que resume a divisão entre a torcida croata e sua seleção hoje parece não ter sentido, em um país que comemora a glória dos semifinalistas da Copa do Mundo 2018, em busca nesta quarta-feira (11) de chegar à grande final.

Embora os votos desta antiga inscrição tendessem à se tornar cada vez mais escassos, a tensão ainda era grande, como mostravam os violentos incidentes provocados pela torcida durante a Eurocopa 2016 para sabotar a campanha da quadriculada, ou as canções pró-nazistas entoadas voluntariamente para que a UEFA aplicasse multas à sua Federação.

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A diretoria e o presidente, Davor Suker, acabaram sendo vistos como peões nas mãos de Zdravko Mamic, um homem de negócios controverso, acusado de ter manipulado o futebol croata para ganhar milhões de dólares em transferências e decidir tudo conforme seus interesses.

Cerca de dez dias antes do início da Copa do Mundo, o "padrinho" do futebol croata teve que fugir para a Bósnia para escapar de uma sentença de seis anos e meio aplicada pela corte da pequena cidade de Osijek (leste). O processo foi realocado, por medo de que o influente Mamic se beneficiasse da indulgência dos juízes da capital.

'Split lhes deseja o pior'

Antes do depoimento do zagueiro Dejan Lovren, passou pelos tribunais a estrela Luka Modric, em junho de 2017, o que abalou a reputação do atleta do Real Madrid, que pareceu bastante incomodado durante a audiência. Sem trocar olhares com Mamic em nenhum momento, ele tentou eximi-lo de culpa em qualquer tipo de crime em uma de suas transferências.

O depoimento isento acerca de Mamic voltou a torcida contra ele - algo rapidamente esquecido por seu ótimo desempenho na repescagem da Copa do Mundo contra a Grécia - e ainda lhe rendeu uma investigação por "falso testemunho" - um crime punível com até cinco anos de prisão.

A seleção não atravessou um mar de rosas para chegar à Rússia. "O pior é que toda a sociedade perdeu a confiança no futebol", resumiu à AFP em abril o ex-jogador Dario Simic. "Cada derrota sua nos deixa felizes. Split lhes deseja o pior", dizia uma bandeira pendurada em uma ponte após a derrota contra o Brasil em um amistoso.

Isso aconteceu há um mês, mas, desde então, os nomes de Modric, do técnico Zlatko Dalic e do resto dos jogadores são cantados com alegria nesta cidade do Adriático, bem como no restante do país.

Suker resiste

Contudo, para o jornalista esportivo Robert Matteoni, os problemas não vão sumir, mesmo após o desempenho excelente na Copa: "O sucesso da seleção e todos os outros problemas não estão ligados". Os processos por "falso testemunho" contra Modric e Lovren vão seguir seu curso.

Davor Suker parece solidamente instalado à frente da Federação Croata, após ser reeleito em dezembro, após um novo período de quatro anos. Condenado a três anos de prisão no processo de Mamic, Damir Vrbanovic continua sendo o diretor-executivo da Federação.

De seu exílio na Bósnia, Zdravko Mamic não parece estar conformado: "Não gostaria de estar na pele das pessoas que armaram um caso como este para mim", disse o empresário, prometendo-lhes "uma resposta (...) nunca vista".

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