A cidade de Volgogardo tem um adversário quase invisível e impossível de ser driblado, como bem atestaram ingleses e tunisianos, em jogo nesta tarde (no Brasil e noite na Rússia), pela primeira rodada do grupo G: uma espécie de mosquitos que invadiram a cidade e, particularmente, o campo de jogo, causando muito incômodo a jogadores, comissões técnicas e jornalistas. Menos torturante para os ingleses, que venceram por 2x1.
Eram enxames de pequenos insetos, aparentemente imunes a repelentes e essência de baunilha, usados em aerosóis. Em entrevista à BBC, o entomologista inglês Adam Hart, da Universidade de Gloucestershire explicou que esses insetos são conhecidos como chironomidae, uma espécie de mosquito que não morde. O estádio tornou-se a maior vítima porque fica às margens do rio Volga, o local onde eles crescem.
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Nessa época do ano eles deixam a região das águas e vão à cidade para acasalar, daí os enxames que incomodaram bastante os jogadores da Inglaterra, vistos abanando a cabeça sem parar durante o aquecimento para a partida, "É uma ocorrência regular e apenas um mau momento na Copa do Mundo", disse Hart. Os organizadores da Copa reconheceram o incômodo e também deram a mesma explicação. "É fenômeno típico para Volgogrado em junho devido ao clima local".
A saída foi pulverizar a cidade com inseticida. Nos arredores do estádio e local de concentração de torcedores, a Fifa Fan Fest, as pessoas recebem repelentes. Pelos relatos, não adiantou muita coisa. "Eles estão no seu rosto, grudam nos lábios, entram no nariz, nos ouvidos e nos cabelos", disse a jornalista Natalie Pirks, da BBC Sport. O comentarista da Radio 5, John Murray, também explicou à BBC que ficou incomodado. "Há bilhões deles. Na noite passada eu senti que tinha uns cem mil deles no meu cabelo. Felizmente eles não me morderam, é apenas a presença que é desagradável.