O time era o mesmo, mas a qualidade do futebol do Brasil nos dois tempos de jogo foi completamente diferente. E, por isso, mais um favorito tropeçou na estreia da Copa do Mundo. Os pentacampeões não passaram de um empate por 1x1 com a Suíça, em Rostov, pelo grupo E. O time canarinho volta a campo na próxima sexta (22), diante da Costa Rica, em São Petersburgo.
Como todo início de Copa do Mundo para um time favorito, os primeiros minutos foram tensos para o Brasil. Não por sofrer pressão da Suíça, mas pela dificuldade na criação do jogo. A bola parava na marcação forte do meio de campo adversário muito por Phillipe Coutinho e Neymar ocuparem o mesmo espaço. Após dez minutos um pouco confusos, o time de Tite acertou o posicionamento e começou a mandar no jogo.
A marcação mais alta mantinha a bola presa no campo da Suíça. O problema virou o passe final. Quando Paulinho teve o gol a seu dispor, num corte errado da zaga europeia, chutou mais com o calcanhar do que com a parte interna do pé e a bola saiu raspando a trave esquerda. Mas no segundo rebote, Phillipe Coutinho não perdoou. A bola sobrou no lado esquerdo perto da linha frontal da grande área, na posição que ele mais gosta. O chute saiu com curva, ainda batendo na trave antes de entrar, sem qualque chance de defesa para Sommer.
O gol acalmou mais o Brasil. A marcação muito bem feita, já característica dessa seleção, manteve a posse da bola um pouco mais com a Suíça em parte do restante do primeiro tempo, mas sem qualquer sombra de susto para Alisson. O defeito brasileiro foi demorar a dar o bote para encaixar os contra-ataques, já que o adversário subiu um pouco mais a marcação.
A volta para o segundo tempo foi péssima para o Brasil. Aos quatro minutos, numa cobrança de escanteio feita por Shaqiri, Zuber deslocou Miranda para subir sozinho e cabecear frente a frente com Alisson e deixar tudo igual. O efeito do gol foi devastador. A marcação, tão boa no primeiro tempo, desmantelou-se. O ataque, pior ainda.
E, por incrível que pareça, quem mais atrapalhou os brasileiros ofensivamente foi Neymar. A todo momento insistindo na jogada individual, o camisa 10 tirava a velocidade do jogo e não conseguia driblar ninguém. Só acertou a primeira finalização aos 33 minutos, num chute defendido sem dificuldade pelo goleiro Sommer.
Tite resolveu mexer na criação, tirando o pendurado (cartão amarelo) Casemiro para acionar Fernandinho. Depois, tirou Paulinho para colocar Renato Augusto. Não mudou nada. Aliás, deixou a marcação ainda mais frouxa. Coletivamente desarticulado, o Brasil dependia de uma de um lampejo individual ou uma jogada de bola parada. Esta última quase resolve numa cabeçada de Firmino bem defendida por Sommer.
Ficha do jogo - Brasil x Suíça
Brasil
Alisson; Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro (Fernandinho), Paulinho (Renato Augusto) e Phillipe Coutinho; Willian, Gabriel Jesus (Firmino) e Neymar. Técnico: Tite.
Suíça
Sommer; Lichtsteiner (Lang), Akanji, Schär e Rodriguez; Behrami (Zakaria), Xhaka, Zuber, Dzemaili e Shaquiri; Seferovic (Embolo). Técnico: Vladimir Petkovic.
Local: Arena Rostov, em Rostov (Rússia). Árbitro: Cesar Ramos (México). Assistentes: Marvin Torrentera (México) e Miguel Hernández (México). Gols: Phillipe Coutinho, aos 19 do primeiro. Zuber, aos quatro do segundo. Cartões amarelos: Lichtsteiner.
