Com informações da Agência Estado
Uma audiência nacional na Espanha nesta quinta-feira (7) apontou que o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teria fraudado a CBF com a apropriação de dinheiro da entidade através de amistosos da seleção brasileira. Ele teria agido em parceria com Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. O documento elaborado detalha que Teixeira não teria repassado à Confederação os recursos recebidos para os jogos da canarinha.
Esse esquema foi criado em 2006 e consistia em contratos falsos. Eles indicavam pagamento de comissão à empresa Uptrend, de Rosell. Quem comercializava os jogos do Brasil era a ISE, que repassava um percentual para a Uptrend. O total desses repasses teria chegado a 14 milhões de euros (cerca de R$ 53 milhões), cuja legalidade está sob suspeita. Essa empresa do dirigente espanhol teria sido criada apenas para camuflar os pagamentos ao cartola brasileiro.
"A CBF vendeu algo que o comprador comprou por muito mais dinheiro que ela recebeu e essa diferença foi apropriado por outros", indica o documento da justiça espanhola. Em termos práticos funcionava da seguinte forma: a ISE comprou os direitos dos amistosos por um valor maior do que a CBF recebeu dela.
O processo de Ricardo Teixeira foi enviado ao Ministério Público Federal, em Brasília, com a intenção de que o fluxo de informações da justiça brasileira para a espanhola seja feito da mesma forma, para aumentar as investigações sobre as ligações entre Sandro Rosell e Teixeira.