Se há um clube em crise no Brasil que não tem o direito de personalizar erros este é o Clube Náutico Capibaribe. E o vexame, que chegou às raias do amadorismo no jogo contra o Atlético Mineiro pela Copa do Brasil sub-17, é o mais recente e triste capítulo de uma guerra política que terminou com a renúncia de Ivan Brondi e ascensão de Gustavo Ventura ao executivo. E quando há guerra é porque existem dois lados e quando temos dois lados que vestem a mesma camisa não há inocentes. A nota oficial emitida pelo clube na noite de quarta-feira tentou jogar o ônus na gestão anterior, quando ela mesma fez parte dessa mesma gestão, numa tentativa de compartilhar responsabilidades mas resultou, mais uma vez em retumbante fracasso.
Assusta a afirmação de que "O desejo de disputar o campeonato, asssegurando a presença do Náutico na competição nacional, e também de evitar frustração dos atletas, levou a diretoria a colocar o time em campo com o número mínimo de jogadores". Assusta porque mostra um absoluto desconhecimento de futebol. É humanamente impossível ser competitivo iniciar uma partida com menos atletas em campo. Iriam correr mais, se desgastar mais e não haveria ninguém no banco para substituir.
Melhor seria não entrar em campo, avaliar os erros, pedir desculpas e trabalhar para recuperar o que está errado.
Pedir desculpas, aliás, é algo que não se vê na nota. Era o mínimo que o torcedor do Náutico merecia: "Aos nossos torcedores, pedimos as mais sinceras desculpas", não machucaria ninguém.
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A personalização de que os atuais dirigentes têm em mãos uma 'herança maldita' mostram que a lição ainda não foi aprendida. Quem passou vergonha não foi Wladmir, José, João ou Maria, foi o CLUBE NÁUTICO CAPIBARIBE. Não foi um número de CPF quem mandou sete jogadores entrarem em campo numa competição tão importante, foi o CNPJ do clube. Os dirigentes, mais ou menos competentes, vão passar. O Náutico estará sempre por aí.