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Há 45 anos o terror chegava ao esporte no Massacre de Munique

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 05/09/2017 às 6:01
Foto: Reprodução.
Foto: Reprodução.

Por Wladmir Paulino

@wladmir_paulino

Há 45 anos, o terrorismo mostrou sua face no esporte pela primeira vez, quando 11 integrantes da delegação de Israel foram feitos reféns - e posteriormente mortos - pelo grupo terrorista palestino Setembro Negro. Cinco terroristas morreram e outros três terminaram presos. O evento ficou conhecido como Massacre de Munique. A partir dali outros eventos esportivos foram alvos de ataques, o último deles à delegação do Borussia Dortmund, da Alemanha, em abril deste ano antes de um jogo pelas quartas de final da Liga dos Campeões da Europa.

O ataque em Munique aconteceu na segunda semana dos Jogos Olímpicos de Munique em 1972. Como tudo corria bem, o Comitê Organizador dos Jogos resolveu baixar a guarda. Muito menos pelo clima tranquilo e muito mais para apagar a ideia de militarismo na última vez que os Jogos se realizaram em solo alemão. Em 1936, em pleno auge do nazismo, o clima beligerante de Hitler dominou o evento em Berlim.

A segurança estava tão frouxa que as 'puladas de cerca' dos atletas na Vila Olímpica eram frequentes durante a noite. Os israelenses ficavam numa casa um pouco mais isolada, num prédio perto do portão principal. Eles até pediram mais segurança. Mas não foram atendidos.

No início da noite de 4 de setembro, a delegação estava fora dos alojamentos, assistindo a uma peça de teatro e, em seguida foram jantar na cidade. Voltaram sem maiores problemas e às 4h30 já do dia 5, oito palestinos da Setembro Negro, um braço da Organização para a Liberação da Palestina (OLP) pularam as cercas, munidos de rifles AKM, pistolas Tokarev e granadas. Roubaram as chaves e entraram nos dois apartamentos que eram ocupados pelos israelenses.

Dois deles entraram em confronto físico com os palestinos, mas na luta corporal dois deles perderam a vida. Muitos deles conseguiram fugir e um deles, Shaul Ladany conseguiu chegar ao dormitório americante para contar o que estava acontecendo. Um dos terroristas já se encontrava no prédio menos de 24 horas antes do ataque, identificado como funcionário.

Para libertar os nove reféns, eles exigiam liberdade para 234 detentos palestinos presos em Israel, além dos alemães Andreas Baader e Ulrike Meinhof, membros do Exército Vermelho. Como prova de que não estavam para brincadeira, os terroristas atiraram o corpo de um dos mortos pela janela. Deu-se início a uma confusão diplomática e histórica. O governo de Israel não aceitou negociar, mas queria enviar forças de seu exército para Munique. Ao mesmo tempo em que os alemães negaram ficaram numa encruzilhada porque as vítimas eram judeus - e a história recente os colocava como flagelos daquele povo.

Uma emboscada mal planejada levou a polícia alemã a uma troca de tiros com os palestinos quando eles se preparavam para fugir de avião. Os reféns amarrados nos dois helicópteros que os levaram até a base onde estava a aeronave os esperava. O saldo ficou em 17 mortos - 11 reféns, cinco terroristas e um policial. O Comitê Organizador relutou mas terminou por suspender os Jogos, numa cerimônia no estádio olímpico de Munique.

POSTERIORES

Mais de 20 anos depois, um evento esportivo voltaria a ser vítima do terror. Nos Jogos de Atltanta em 1996, uma bomba explodiu no Parque Centenário matando duas pessoas e ferindo mais de cem no dia 27 de Julho. Em 2002, antes da semifinal da Liga dos Campeões entre Real Madrid e Barcelona, uma bomba explodiu nas imediações do estádio Santiago Bernabéu, em Madrid e 17 pessoas ficaram feridas. O grupo separatista baco ETA assumiu o atentado. O grupo Al Qaeda ameaçou o Rally Dakar em 2008, que terminou cancelado. Outros três grupos separatistas africanos promoveram ataques no Sri Lanka e Togo entre 2008 e 2010 em maratonas, jogos de críquete e futebol.

BOSTON, DORTMUND E COPA

Em 2013, duas bombas feitas de panela de pressão explodiram na reta de chegada da Maratona de Boston matando três pessoas e ferindo 264. Os autores foram os irmãos chechenos Dzhokhar Tsarnaev e Tamerlan Tsarnaev. O primeiro foi preso e condenado à morte por injeção letal. O segundo morreu em confronto com a polícia.

No dia 11 de abril deste ano a equipe do Borussia Dortmund emcaminhava-se ao seu estádio, o Westfalenstadion, para jogar contra o Mônaco, pelas quartas de final da Liga dos Campeões. Três explosivos atingiram o ônibus. Apenas uma pessoa, o jogador Marc Bartra foi ferido, mas sem gravidade. O jogo foi adiado para o dia seguinte. O ataque foi feito por um especulador financeiro, que esperava lucrar com a queda das ações do clube alemão.

Os ataques mais recentes, sem ligação com eventos esportivos, não sensibilizaram as autoridades russas, nem mesmo a explosão de uma bomba no metrô de São Petesburgo no início de abril - 14 mortos e mais de 30 feridos. O esquema de segurança planejado não sofrerá nenhuma alteração, de acordo com a Fifa e o Comitê Organizador da Copa 2018.

"A Fifa e o Comitê Local tem total confiança nos arranjos de segurança e planejamento já feitos para os futuros eventos. Desde o momento que o país foi escolhido como sede, as autoridades locais começaram a elaborar um plano detalhado de segurança para a Copa das Confederações e a Copa do Mundo", disse um porta-voz da Fifa na ocasião.

Na Copa das Confederações deste ano houve o cuidado de que todos os aparelhos eletrônicos que entravam nos estádios tinham que ser ligados para provarem que estavam funcionando - poderiam ser usado como detonadores - e não foi registrado nenhum incidente. "Nós não tivemos nenhum incidente. Se um torneio problemático se parece com esse torneio, então eu quero muitos desses torneios problemáticos indo em frente", disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino.

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