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Federação Espanhola entra em ação para evitar goleadas humilhantes nas divisões infantis

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 15/06/2017 às 23:13
Foto: Sport Club do Recife.
Foto: Sport Club do Recife.

Imagine você, torcedor de Náutico, Santa Cruz ou Sport ver seu time vencendo um adversário, seja qual for, por um estrondoso 25x0. Provavelmente sairia do estádio com um sorriso de orelha a orelha achando que torcida para um time com cinco Messis, cinco Cristianos Ronaldos e um Buffon, não? Mas na Espanha aconteceu algo diferente nas categorias de base no início deste mês. No dia 3 de junho a equipe dente de leite do CD Serranos, da cidade de Valência, fez esses mesmos 25x0 no Benicalap, da mesma cidade e o técnico da equipe vencedora foi sumariamente demitido sob alegação de que houve desrespeito com o rival e ele não fez nada para amenizar a situação. Chateado, o profissional demitido foi à Justiça.

“Nós estimulamos o respeito ao adversário. Foi uma decisão consensual. Depois do alvoroço pelo resultado, entendemos que o treinador deveria deixar seu cargo”, disse Pablo Alcaide, em entrevista ao El País. A defesa do técnico, que não teve o nome divulgado. “Ele não incitou de nenhuma forma seus jogadores para que tentassem ampliar o marcador. Pelo contrário, disse que deixassem de pressionar no campo adversário. Mas o Benicalap C, que não possuía reservas, continuava atacando e deixava muitos espaços”, explicou o advogado Daniel Revenga.

A atitude do Serranos levantou a discussão no futebol espanhol sobre como gerenciar disparidades técnicas entre as equipes de crianças. Não há regra, mas uma orientação da comissão de base da Federação Espanhola que serão implementadas. Uma delas é que as súmulas dos jogos não registrem diferenças superiores a sete gols. Os nomes dos autores dos gols também não serão divulgados.

Tais práticas já são adotadas nas competições infantis em outras modalidades no país. O basquete por exemplo, na categoria mirim, não permite diferença superior a 50 pontos. Quando esse limite é atingido o jogo segue mas o placar para de contar. Nas Astúrias, o limite é de 40 pontos, tanto no mirim quanto infantil.

Mesmo sem regras, muitos clubes espanhóis, principalmente os mais fortes, que disputam a primeira divisão no profissional já evitam esse tipo de disparidade com outros tipos de artifícios. O poderoso Barcelona não orienta ninguém a parar de fazer gols, mas quando a partida chega a um placar muito elástico os técnicos fazem alterações para diminuir o ritmo da garotada como substituir os melhores jogadores ou mudar os meninos de posição.

O Villarreal faz algo mais curioso, que inclusive, termina por estimular o desenvolvimento motor dos jovens atletas: eles são orientados a jogar com a perna menos habilidosa. Canhotos passam a usar a direita e destros, a esquerda. O Bétis é menos contundente: faz com que os jogadores não comemorem gols quando a diferença chega a dez. Mas há quem discorde. “O respeito ao adversário se demonstra jogando o máximo até o fim do jogo”, aponta Jordi Lardín, coordenador de base do Espanyol.

No Brasil, a maior competição de futebol infantil é a Go Cup, que reúne 200 equipes entre brasileiras e estrangeiras. Não há nenhuma orientação para evitar ou como proceder em placares muito dilatados. Na atual temporada, o Palmeiras registrou goleadas de 14, 18 e até 21x0. O campeão foi o Grêmio. Esse torneio é disputado por garotos de até 11 anos em jogos de sete contra sete.

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