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Auxiliares como Adriano, do Santa Cruz, se tornaram casos de sucesso

Karoline Albuquerque
Karoline Albuquerque
Publicado em 15/06/2017 às 16:12
De forma otimista Adriano Teixeira afirmou que o Santa Cruz vai dar a volta por cima. Foto: Diego Nigro/JC Imagem
De forma otimista Adriano Teixeira afirmou que o Santa Cruz vai dar a volta por cima. Foto: Diego Nigro/JC Imagem

"A gente está fechado com o Adriano". A frase do meia do Santa Cruz, Thiago Primão, resume algo que, no futebol, não raro, tem um poder transformador. Um time com péssimos relacionamentos, de repente, pode se unir. Outro, ainda sem mostrar o verdadeiro potencial, vira uma máquina. São algumas das situações que acontecem quando um auxiliar, que ninguém dava nada por ele, faz mudanças tão sutis que quem está do lado de fora não consegue perceber. No Brasil e no mundo existem vários exemplos que deram certo. Mais um indicativo que a aposta da diretoria em efetivar Adriano pode dar muito certo.

Na Europa, auxiliares assumirem os clubes já é cultural. Pep Guardiola e Zinedine Zidane, por exemplo, foram auxiliares e treinaram os times de B de Barcelona e Real Madrid, respectivamente. O falecido Tito Vilanova, auxiliar de Pep, assumiu o Barça depois da saída do titular. Mas o caso de maior sucesso no mundo é o de Joachim Löw, na Alemanha.

Jogador obscuro e técnico idem, foi alçado à condição de comandante de uma das mais tradicionais escolas de futebol do planeta em 2006. Klinsmann, então técnico da Mannschaft deixou o cargo após o terceiro lugar em casa. O auxiliar herdou o cargo e teve que amargar vários revezes seguidos. Na final da Euro 2008 perdeu para a Espanha. Dois anos depois, o mesmo algoz o tirou da final da Copa do Mundo da África do Sul. Uma nova Eurocopa em 2012 e mais uma queda na semi, desta vez para a Itália. A redenção veio no Brasil, com direito a um goleada incrível sobre os donos da casa na semifinal e o tetracampeonato após vitória sobre a Argentina.

No Brasil existem ao menos duas situações semelhantes. A mais recente é bem parecida com a atual do Tricolor do Arruda. Depois de entrar em rota de colisão com o elenco, o então técnico Cuca foi demitido do Flamengo em julho de 2009 depois de 13 rodadas do Brasileirão. Andrade, o auxiliar da casa, assumiu o grupo e depois de uma sequência de bons resultados foi efetivado. O time da Gávea arrancou de forma impressionante para conquistar o título e o ex-volante ganhou o prêmio de melhor treinador da competição.

Só que o encanto parou ali. Andrade seguiu no time em 2010 mas não conseguiu bons resultados. Terminou demitido e nunca mais comandou um clube de ponta no País. Em 2014, o ex-zagueiro Fábio Luciano, em entrevista ao canal Fox, disse que quem comandava aquela equipe eram três jogadores: Álvaro, Adriano e Petkovic. "O Andrade foi um cara que o grupo abraçou, mas Adriano, Pet e Álvaro eram os três que realmente comandavam."

MURICY

Já com Muricy Ramalho a história foi diferente. Auxiliar de Telê Santana no início dos anos 1990, ele comandou uma espécie de time B do Tricolor Paulista, apelidada de Expressinho. Em 1994, o São Paulo disputaria a Copa Conmebol - a Copa Sul-Americana atual - e como a prioridade era o Brasileiro, ainda nos tempos do mata-mata, um time formado por jovens promessas base e jogadores mais experientes sem vez no profissional ficaram sob os cuidados do ex-jogador do próprio clube. Rogério Ceni, Denílson e o hoje comentarista Caio Ribeiro eram alguns dos destaques.

A final foi diante do tradicional Peñarol, com direito a chocolate no primeiro jogo: 6x1 no Morumbi. Na volta, mesmo perdendo por 3x0, o time de Muricy ficou com a taça. O técnico promissor assumiu o clube logo na sequência, mas ficando até o fim do ano sem grande brilho. Só retornaria dez anos depois para empilhar três brasileiros seguidos: 2006, 2007 e 2008. No ano passado, no Flamengo, teve que se aposentar por problemas de saúde e virou comentarista.

EDUARDO

Foto: André Nery/JC Imagem

Agora o exemplo pernambucano. O Sport iniciou a temporada 2014 animada pelo acesso conquistado sem sustos no ano anterior. Manteve o técnico Geninho e apostava que o comandante manteria o clima vitorioso. Mas uma derrota logo no primeiro clássico contra o Náutico, pela Copa do Nordeste, já acendeu a luz de alerta. O Leão perdia uma invencibilidade de quase dez anos frente ao rival na Ilha do Retiro. Resultados pífios culminaram com a ameaça bastante clara de eliminação do Nordestão ainda na primeira fase.

> "A gente está fechado com o Adriano"

A derrota para o Guarany de Sobral pôs fim à passagem do ex-goleiro. Sem auxiliar, a diretoria rubro-negra pediu que o preparador-físico Eudardo Baptista montasse o time para o clássico com o Náutico, na Arena Pernambuco. Eduardo, filho de Nelsinho Baptista, técnico campeão da Copa do Brasil de 2008, teve uma estreia inesquecível: 3x0 sobre o velho rival. Enquanto a diretoria procurava um técnico ele acumulava vitórias até ninguém ter mais cara para substituí-lo. O Sport terminou campeão tanto do Nordestão quanto do Pernambucano - aliás, esses são os últimos troféus levantados pelo clube. Ainda contou com uma campanha razoável no Brasileiro de 2014 e o sexto lugar no ano seguinte.

Depois da Ilha, Eduardo foi contratado pelo Fluminense mas não conseguiu muita coisa. Só conseguiu os mesmos resultados positivos no ano passado pela Ponte Preta, quando o Palmeiras, recém consagrado campeão brasileiro o levou para substituir Cuca. A eliminação no Paulista e o desempenho considerado ruim pelos dirigentes levaram à demissão no início de maio. Hoje comanda o Atlético-PR, que ocupa a zona de rebaixamento do Brasileirão.

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