O técnico Vinícius Eutrópio saiu em defesa do Santa Cruz, falando pela primeira vez após a eliminação para o Salgueiro na semifinal do Campeonato Pernambucano. Na manhã desta sexta-feira (28), na coletiva antes do clássico contra o Sport pelo Nordestão, o treinador afirmou que ali defendia não seu trabalho, mas o clube tricolor.
No início, o comandante coral afirmou que a semana foi de bastante reflexão sobre o trabalho feito, com as reuniões semanais que acontecem. "Vou deixar um pouco a mineirice de lado para defender, não o meu trabalho, mas o clube Santa Cruz", disse. Para ele, o que foi feito dentro do Tricolor nos últimos cinco meses é digno de um case e o sentimento de que o resgate está sendo bem executado, inclusive financeiramente.
Eutrópio admitiu que o resultado poderia ter sido diferente. Mas não estava falando especificamente da derrota para o Salgueiro, no último sábado (22), no Cornélio de Barros. "Uma equipe que terminou com uma crise financeira, dificuldade de trazer jogadores, dificuldades de local para treinar, rebaixamento muito marcante. Poderia, nesse momento, estar com um resultado diferente, por exemplo, 10 derrotas, vários jogadores desses poderiam não ser resgatados, não ter classificado para nenhuma competição, dispensa de jogadores", analisou.
LEIA MAIS:
> Ronaldo não quer gerar bola parada para o Santa, mas vai manter a pegada
> Ataque contra defesa: os números e Santa e Sport no Nordestão
> “Vamos manter o padrão que vínhamos jogando”, diz zagueiro do Santa Cruz
O rebaixamento foi lembrado por ele, citando os outros que caíram para a Série B junto com a equipe coral, classificando o Internacional como uma potência, falando do superávit do América-MG e das contas equilibradas do Figueirense. "Cinco meses depois, qual teve o melhor aproveitamento com a maior mudança de jogadores do Brasil e o menor tempo para se preparar? Fomos nós. Não tem como balanço não ser positivo, vitorioso. Temos reuniões sobre Série B, Copa do Brasil, logística, jogadores, o que temos semanalmente, porque o processo é um case vitorioso que estamos fazendo", disse.
Ele aproveitou para ressaltar a união do grupo, comparando a suas passagens pelas equipes catarinenses Chapecoense e Figueirense, e citou que o time tem o melhor ataque do Campeonato Pernambucano, com 20 gols marcados, um a mais que o Salgueiro e dois na frente de Náutico e Sport, a melhor defesa do Nordestão, com um gol sofrido.
Aos 50 anos, Vinícius Eutrópio destacou que joga e trabalha com futebol desde os 12. "É tempo pra caramba. A melhor forma da gente ter parâmetro é dando exemplo", disse, para, em seguida, relembrar a virada sofrida pelo PSG ante o Barcelona na Liga dos Campeões, afirmando que o time francês não conseguia dar dois toques na bola nos últimos 45 minutos.
"Será que o Cavani e Di María não queriam jogar? Será que o treinador do PSG falou 'moçada, vamos ficar todo mundo atrás, na pressão'?. Um time que tem vários jogadores com mais de 100, 150 jogos, multicampeão, jogadores de níveis internacionais. Isso não vai acontecer com o Santa Cruz com 21 partidas? Vai e infelizmente aconteceu", lamentou.
E, claro, o treinador falou também da eliminação para o Salgueiro. Vinícius Eutrópio lembrou da partida contra o Campinense, quando conseguiu segurar 1x0 enquanto o Náutico goleava o Uniclinic por 9x0, e da decisão contra o Itabaiana, ambas pela Copa do Nordeste. "Soubemos jogar bem aqui contra o Salgueiro e depois tivemos aquele meio tempo horrível nosso. Obviamente, não foi o que todos queriam."
