Por Wladmir Paulino, @Wladmir_Paulino - Juninho é um perigo. Para zagueiros, volantes e goleiros. É daqueles que sabe a hora certa de ter o vislumbre de um camisa 10, a velocidade de um camisa 7 e o faro de um camisa 9. Sabe ser início, meio e fim. As sinapses dele obedecem a outro ritmo, outra ordem. Aquele caos de camisas vermelhas e pretas e vermelhas e brancas à frente dele rodam em câmera lenta.
É justamente essa a visão do jogador que sabe onde está, tem a clarividência de entender tudo que se passa à sua frente e suas costas e, principalmente, sabe o tempo e o local para onde deve se deslocar. Ele sempre soube disso. O treino, a repetição só afiam, aprimoram e lapidam algo que nasceu e vai junto com ele até depois que se aposentar. É como uma mosca e outros insetos de metabolismo acelerado. O cérebro de Juninho parece funcionar em outra unidade de tempo, é outra fração de segundo.
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Velocidade na visão que se estende para o resto do corpo. E seus gols três gols mais recentes são a prova. Com o Joinville. Quando Rithely dominou a bola ele já sabia onde ela iria parar. Dominou e chutou com o mesmo pé, o pé trocado. Velocidade e equilíbrio.
O gol do 2x2 com o Náutico, outra demonstração de como o tempo passa diferente para duas pessoas. João Ananias estava à frente de Juninho, mas ele trabalhou com segundos. Juninho operou em centésimos. Apareceu à frente já direcionando a cabeçada. No derradeiro gol da partida estava de costas. Outra vez dominou e chutou com o mesmo gol. Movimentos que seriam lentos para os mortais. Para ele não.
Por isso ele é um perigo. Porque tanta velocidade de raciocínio e de movimento também pode levar tudo isso a passar rápido se fora das quatro linhas a direção dessa rapidez o encaminhar para os prazeres da fama. Os exemplos são muitos que podem transformar o garoto de perigo para os rivais num perigo para si mesmo.