O torcedor é passional e isso é muito compreensível no futebol. No entanto, há casos complicados de se entender até mesmo usando o argumento da paixão. O do goleiro Tiago Cardoso é deles. Um dos principais jogadores do Santa Cruz na década, o arqueiro foi vaiado e até mesmo hostilizado pela torcida coral no seu reencontro com o Arruda depois que foi para o rival Náutico, como se tudo que ele escreveu com a camisa tricolor fosse algo irrelevante. Uma pena porque a história entre os dois foi muito bem construída e merecia maior respeito.
Vejam, não é o caso de não vaiar Tiago Cardoso. Ele está no outro clube e pode sim levar a pressão que qualquer adversário leva. O que pega mal é só ter hostilidades para o goleiro no Arruda. Como se o arqueiro fosse um qualquer, que tivesse tido um passagem ruim no Santa Cruz.
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Tiago Cardoso foi o símbolo do resnacimento coral. Ganhou tudo que poderia, levando o time da Série D para a Série A. Foram cinco Pernambucanos, três acessos, uma Série C e um Nordestão, sendo que em muitas dessas conquistas o goleiro foi grande destaque.
Por toda essa história, Tiago Cardoso merecia mais respeito no Arruda. Ser vaiado durante o jogo, tudo bem, mas hostilizado após isso nunca. Ele é um dos maiores jogadores do clube e não é uma passagem pelo rival que torna isso menor. Sem falar que Tiago saiu pela porta da frente do Santa. Não deixou rusgas nem brigou com a diretoria. Saiu porque entendia que seu ciclo havia encerrado, apenas isso.
Nem mesmo as falhas que teve na Série A do ano passado servem como justificativa para tantas críticas a Tiago Cardoso. Qualquer jogador é passível de erros, até mesmo os ídolos. Um semestre ruim nunca apagará as glórias de Cardoso no Santa Cruz. O goleiro não pode ser jogado na vala comum de outros ex-atletas corais. Merece ter sua história respeitada, até porque o mundo do futebol dá voltas e nada impede que um dia ele volte a vestir a camisa coral novamente.