Por Leonardo Vasconcelos
Do Jornal do Commercio
A voz firme, de repente, embarga. “Só de lembrar fico todo arrepiado”, revela o empresário Julião Konrad, dono da rede de restaurantes Spettus, apontando para os pelos do braço. No breve silêncio que se sucede, vira o rosto para a janela ao lado. O olhar vai longe. Exatamente 3.500 quilômetros distante, em Chapecó, Santa Catarina, onde viveu os 12 “melhores” anos de sua vida, segundo o mesmo. Todavia, ele não é mais o mesmo. Não por ter deixado a cidade. E sim por ter deixado de ir no avião da tragédia da Chapecoense.
> Ligação eterna com a Chapecoense
O silêncio acaba quando os olhos marejados deixam de olhar a paisagem da rua - sem o mesmo brilho de antes - e tenta retomar a conversa. Assim como a vida. “Não é fácil”, repete inúmeras vezes, como um mantra, Julião ao longo das quase duas horas de conversa. Primeira vez que fala sobre o assunto para alguém de fora do seu círculo social. Dentro um sentimento a se expulsar sobre a Chapecoense. “Não é fácil”, torna a dizer, como se não tivesse dito antes, como se não fosse dizer depois. Porém, é preciso. Falar. Superar.
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