O otimista vai dizer que o Santa Cruz está invicto em 2017. O pessimista, que não ganha de ninguém. Num jogo em que criou situações - algumas até claras - de gol, o time do Arruda colheu seu terceiro empate seguido no ano ao ficar no 0x0 com o Belo Jardim, pela segunda rodada do Hexagonal do Título do Campeonato Pernambucano. O resultado deixou os corais em quarto lugar, com dois pontos, atrás dos rivais Náutico e Sport, além do Salgueiro.
Resumo do primeiro tempo
O Santa Cruz entrou em campo com a proposta de pressionar o Belo Jardim na saída de bola. Mas esse tipo de proposta tem que ser encampada do goleiro ao último atacante. E foi isso que deixou o time quebrado. Ainda assim, William Barbio teve daquelas oportunidades que os centroavantes não deveriam perder. Logo no primeiro minuto, ganhou de Fabrício na dividida mas chutou fraco demais, fácil para Andrei, Na segunda, já aos 39, entortou a coluna de Fabrício mas na hora de concluir nem chutou para o gol, nem serviu Léo Costa, que avançava por seu lado esquerdo. Terminou mandando para fora. O Belo Jardim criou contra-ataques em que poderia levar muito mais perigo mas a execução por parte de seus jogadores deixou bastante a desejar. A jogada mais perigosa foi um chute de Raniel aos 44. Julio Cesar apareceu bem para defender.
Muito longe
Os corais distribuíam-se em dois blocos: volantes e zagueiros de um lado. Meias e atacantes do outro. No meio, um monte de gente vestida de branco. Essa distância obrigava todo mundo a um passe mais longo e, por isso a imensa quantidade de erros. Elicarlos e Vítor, os que mais tocavam na bola, também eram os que mais erravam. Quando alguém lá da frente recebia, sempre de costas para o gol, o time visitante dobrava a marcação e quase sempre levava a melhor. Se não errasse tanto no passe final poderia ter complicado bastante no contra-ataque.
Aprovado e reprovado
Mesmo tendo saído por suspensão a volta de Jaime ficou ameaçada. Anderson Salles dividiu a zaga com Bruno Silva e mostrou mais qualidade na saída de bola. Como bônus ainda foi o tricolor a chegar mais perto do gol, numa cabeçada raspando o travessão aos 45 minutos. Já o capitão Vítor deixou a desejar. Quando pressionado na saída de jogo preferia tentar o drible ao chutão, criando dificuldades. No ataque, acertou, efetivamente uma jogada em que cruzou rasteiro para Primão concluir por cima.
Resumo do segundo tempo
Taticamente os dois times mudaram um pouco na segunda etapa. Com a entrada de Thomás o Tricolor ganhou mais posse de bola no campo ofensivo. O Belo Jardim, sem outra alternativa, deixou suas duas primeiras linhas bem chapadas. Dificultou a movimentação do time da casa e manteve o melhor finalizador, Léo Costa, mais distante da área do que ele costuma estar.
Thomás
O Santa Cruz voltou para o segundo tempo com Thomás no lugar de Thiago Primão. O porte físico mais forte ajudou bastante ao carioca ter um desempenho melhor que seu companheiro. Na faixa esquerda do ataque, o camisa 18 recebia bem a bola de costas, procurava os atacantes e, quando não tinha ninguém por perto arriscou jogadas individuais. Não fez totalmente a diferença, mas deu uma dinâmica de jogo mais veloz num setor pouco explorado no primeiro tempo.
Cadê o homem-gol?
Uma das peças-chave para o sucesso do Santa desde 2011 foi ter um atacante com faro apurado de gol. Até agora, esse jogador não apareceu. William Barbio mostrou grande dificuldade em fazer o papel de pivô. Éverton Santos teve a melhor chance e não conseguiu tirar do alcance do goleiro. Como Léo Costa não estava inspirado não teve gol.
Ficha do jogo:
Santa Cruz: Julio Cesar; Vítor, Anderson Salles, Bruno Silva e Roberto; Elicarlos, David (Marcílio) e Léo Costa; Thiago Primão (Thomás), Éverton Santos e William Barbio (Williams Luz). Técnico: Vinícius Eutrópio
Belo Jardim: Andrei; Denilson (Edson Venturosa), Vandinho, Fabrício e Xisto (João Marcus); Júnior, Bilisco, Bruno Sacomani e Boca (Jarbas); Rogerinho e Raniel. Técnico: Luciano Veloso Filho.
Hexagonal do Título (2ª rodada). Local: Arruda, Recife (PE). Árbitro: Luiz Cláudio Sobral. Auxiliares: Albino de Andrade Albert Junior e Marlon Rafael Gomes de Oliveira. Cartões amarelos: Bruno Silva, Roberto, Marcílio e Boca.